O mercado do boi gordo trabalha em ambiente firme.
No fechamento desta análise os frigoríficos paulistas esperavam pela liberação das compras em Mato Grosso do Sul. Na esperança de que o gado sul mato-grossense sustente o avanço das escalas, evitavam pagar R$60,00/@ pelo boi de São Paulo. No entanto em R$59,00/@ ou R$58,00/@ praticamente não ocorriam negócios.
No Paraná a cotação do boi gordo reagiu 10% ao longo da semana. É possível, mediante a confirmação da não existência de febre aftosa no Estado, que ocorram novos reajustes, apesar da morosidade atual.
No Sul de Goiás o mercado também está aquecido. Afinal, os frigoríficos exportadores, com plantas no Estado, trabalham a todo vapor para suprir o déficit originário dos embargos a Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Sem contar que alguns frigoríficos paulistas retomaram as compras em Goiás, acirrando a disputa pelo boi.
É preciso ressaltar que, apesar da recuperação registrada nos últimos dias, as cotações da arroba, em reais, se mantêm abaixo dos patamares do mesmo período do ano passado.
Em novembro de 2004 o boi gordo, em São Paulo, era negociado a R$62,70/@, a prazo, para descontar o funrural (preço médio do mês). Hoje vale R$60,00/@, nas mesmas condições. Na média do mês, 1 a 16 de novembro, ficou em R$58,11/@, ou seja, 7,3% abaixo do mesmo período do ano passado.
No entanto, em dólares, a arroba vale hoje cerca de US$27,30/@. Na média do mês está em US$26,43/@. Tal cotação é a mais alta desde 1995, como pode ser observada na figura abaixo.
Figura 1. Médias mensais do boi gordo em São Paulo – US$/@
Se o boi atingiu tal patamar, mesmo diante dos embargos à carne bovina brasileira, é sinal de que realmente o mercado está enxuto. Aliás, muito enxuto.
Não fosse a febre aftosa, provavelmente a cotação da arroba estaria, agora em novembro, acima de R$65,00, ou seja, valeria mais que US$29,50.