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Análise Semanal – 17/11/2004

Como era de se esperar, o mercado físico do boi gordo trabalhou em ritmo lento ao longo dos últimos dias. O feriado prolongado afastou o produtor do mercado. Foram pelo menos 4 dias de poucos negócios.

As programações de abate, que já não eram longas, encurtaram ainda mais em algumas praças, principalmente em São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Ainda assim, variam muito de frigorífico para frigorífico.

Em São Paulo, por exemplo, tem comprador trabalhando com folga de 7 ou 8 dias, enquanto outros sustentam escalas de apenas 2 ou 3 dias. Assim, as ordens de compra, para o boi gordo (rastreado ou não), oscilam entre R$62,00/@ e R$63,00/@, a prazo, livre ou para descontar o Funrural.

Os frigoríficos menores ainda respondem pelas ordens de compra mais elevadas, porém, os maiores têm a preferência do produtor, buscam gado em outros Estados e abatem animais próprios, trabalhando com as escalas mais longas.

Tem pouca oferta, pois boi de pasto ainda não tem, de semiconfinamento acabou e o de confinamento está no fim. Ainda assim, os compradores resistem aos novos reajustes.

Com o início da segunda quinzena do mês, a tendência é que as vendas de carne no atacado esfriem. É justamente a oferta ajustada que tem sustentado as cotações.

Com relação às exportações de carne bovina, o Brasil segue quebrando recordes na comparação com 2003, mas os resultados têm recuado um pouco neste final de ano. Além do mais, o dólar não pára de cair, influenciando negativamente a margem dos exportadores. Na terça-feira, fechou a pouco mais de R$2,76, o valor mais baixo dos últimos 2 anos.

Ainda assim, traçando uma relação com o boi, o preço da carne exportada subiu mais ao longo de 2004 na comparação com 2003, conforme discutido no artigo “Em São Paulo o boi não rastreado vale mais“, na seção Espaço Aberto.

Já na comparação com o atacado ora a “vantagem” foi do boi, ora foi da carne (veja tabela abaixo). Na verdade, não houve vantagem para ninguém, pois raramente os reajustes, tanto para o equivalente físico, quanto para o boi, foram superiores à inflação do período analisado.


Para as próximas semanas, a tendência é que o mercado se mantenha firme, sendo esperados novos reajustes em algumas praças. Apesar do recuo do dólar, os exportadores ainda têm uma boa margem de manobra. Além do mais, tudo indica que as ofertas permanecerão ajustadas… e os compradores têm contratos a cumprir.

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