Como era de se esperar, o mercado físico do boi gordo trabalhou em ritmo lento ao longo dos últimos dias. O feriado prolongado afastou o produtor do mercado. Foram pelo menos 4 dias de poucos negócios.
As programações de abate, que já não eram longas, encurtaram ainda mais em algumas praças, principalmente em São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Ainda assim, variam muito de frigorífico para frigorífico.
Em São Paulo, por exemplo, tem comprador trabalhando com folga de 7 ou 8 dias, enquanto outros sustentam escalas de apenas 2 ou 3 dias. Assim, as ordens de compra, para o boi gordo (rastreado ou não), oscilam entre R$62,00/@ e R$63,00/@, a prazo, livre ou para descontar o Funrural.
Os frigoríficos menores ainda respondem pelas ordens de compra mais elevadas, porém, os maiores têm a preferência do produtor, buscam gado em outros Estados e abatem animais próprios, trabalhando com as escalas mais longas.
Tem pouca oferta, pois boi de pasto ainda não tem, de semiconfinamento acabou e o de confinamento está no fim. Ainda assim, os compradores resistem aos novos reajustes.
Com o início da segunda quinzena do mês, a tendência é que as vendas de carne no atacado esfriem. É justamente a oferta ajustada que tem sustentado as cotações.
Com relação às exportações de carne bovina, o Brasil segue quebrando recordes na comparação com 2003, mas os resultados têm recuado um pouco neste final de ano. Além do mais, o dólar não pára de cair, influenciando negativamente a margem dos exportadores. Na terça-feira, fechou a pouco mais de R$2,76, o valor mais baixo dos últimos 2 anos.
Ainda assim, traçando uma relação com o boi, o preço da carne exportada subiu mais ao longo de 2004 na comparação com 2003, conforme discutido no artigo “Em São Paulo o boi não rastreado vale mais“, na seção Espaço Aberto.
Já na comparação com o atacado ora a “vantagem” foi do boi, ora foi da carne (veja tabela abaixo). Na verdade, não houve vantagem para ninguém, pois raramente os reajustes, tanto para o equivalente físico, quanto para o boi, foram superiores à inflação do período analisado.