Análise Semanal – 18/05/2005

O mercado do boi gordo está menos frouxo. Aliás, em algumas regiões, pode-se considerar o mercado firme. Veja na tabela 1 as oscilações registradas ao longo da última semana.

Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo na última semana

Foram registradas alterações em 8 praças, ou seja, 32% do total pesquisado. Destas, 3 foram positivas, ou seja, 37,5% do total. Destaque para a recuperação dos preços no Mato Grosso do Sul, onde a oferta de animais terminados diminuiu bem.

Interessante observar que a defasagem do preço do boi de Dourados (MS), em relação a Barretos (SP), que chegou a superar os 10% em abril deste ano (uma das mais altas dos últimos anos), caiu para 5,5%. Contudo, ainda está acima da média de 2004, que foi de 3%.

A tendência é que essa diferença diminua ainda mais. Em São Paulo já tem pouco boi, agora é preciso esperar a chegada dos primeiros lotes de animais de confinamento. Os compradores do Estado tendem a intensificar as compras em praças vizinhas, onde há muito gado de pasto diferido e semiconfinamento, como Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e Mato Grosso do Sul, aproximando os preços.

Aliás, frigoríficos paulistas têm aproveitado os problemas enfrentados por um dos maiores frigoríficos do Sul de Goiás (um dos maiores do país), para maximizar as compras na região. A boa disponibilidade de mercadoria, o preço 5% mais baixo e os créditos de ICMS estimulam a ação.

Os maiores entraves à recuperação das cotações da arroba ainda são o dólar baixo e o fraco desempenho das vendas internas de carne. Nos últimos dias o equivalente físico recuou pouco mais de 3%.

Fora isso, tem o couro verde que também está despencando. Em São Paulo, chegou a R$1,40/kg, cotação mais baixa desde a Scot Consultoria começou a levantar esse mercado, há 4 anos. Isso em reais nominais!

No acumulado do ano a cotação do couro verde já recuou 14%, ou seja, bem mais que o boi. Vale lembrar que o couro responde, em média, por 10% a 13% do faturamento de um frigorífico.

Com relação às cotações da arroba, a tendência, para o curto prazo, é que permaneçam estáveis na maioria das praças. Podem ocorrer algumas alterações, tanto positivas quanto negativas, em função do comportamento das ofertas.

Em algumas praças a disponibilidade de animais terminados já diminuiu bem, sinal de final de safra. Em outras, ainda tem um bom volume de gado para sair.