A pressão baixista segue forte, alimentada pelo afrouxamento das escalas e pelo fraco desempenho do mercado atacadista.
As programações de abate atendem em média 5 dias. Destaque para Goiás, onde os compradores trabalham com folga às vezes superior a 7 dias, levando à acentuada desvalorização da arroba do boi gordo no Estado (veja o gráfico abaixo).
É verdade que o ritmo dos negócios diminuiu sensivelmente após o último ajuste, porém os frigoríficos goianos ainda têm margem para “pelejar”.
Em São Paulo, os grandes frigoríficos apregoam R$57,00/@, a prazo, para descontar o funrural pelo boi gordo, porém, nesse patamar é difícil comprar. A maior parte dos animais que morrem no Estado vêm de fora – Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul – a R$55,00/@, a prazo, para descontar o imposto.
A principal ameaça à manutenção da cotação do boi gordo é o fraco desempenho do mercado atacadista. Hoje, a defasagem entre o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) e a cotação da arroba do boi gordo paulista é de 21,5%
No mesmo período do ano passado, essa variação era bem menor, 13,4%. A comparação desses números salienta, entre outras coisas, a importância do excelente desempenho das exportações brasileiras de carne bovina na sustentação dos preços do boi gordo. As cotações relutam em recuar em plena safra, diante de um mercado atacadista extremamente frouxo.
Nesse contexto, é preocupante a notícia de que técnicos da União Européia, após visita de inspeção no Mato Grosso do Sul, demonstraram-se bastante insatisfeitos com os rumos do sistema de rastreabilidade bovina nacional.
Muito foi conquistado, portanto, também há muito a perder. Não é hora de “marcar bobeira”.
0 Comments
A solução, na minha opinião, seria um marketing pesado, no horário nobre, rádio, etc.
O objetivo seria uma mudança cultural na mentalidade do pecuarista brasileiro.