O mercado do boi gordo segue “tenso”, envolto em incertezas. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde foram registrados os focos de febre aftosa, poucos frigoríficos estão operando. Além dos embargos internacionais, a carne do Estado ainda não começou a circular internamente.
Dentre os poucos frigoríficos sul mato-grossenses que estão comprando, a grande maioria prefere trabalhar com fêmeas. Para essa categoria foram registrados recuos de R$3,00/@ nas regiões de Campo Grande e Dourados.
Até o fechamento desta coluna, em 19/10, somente em Três Lagoas (MS) havia frigoríficos com preço aberto para vaca e boi, apregoando retrações de R$5,00/@ e R$7,00/@, respectivamente. Acompanhe na figura 1.
Figura 1. Boi gordo e vaca gorda em Três Lagoas (MS) em R$/@, a prazo, para descontar o Funrural – últimos 30 dias
Tabela 1. Variações das cotações da arroba entre 10 e 19 de outubro de 2005
Sem poder buscar gado do Mato Grosso do Sul, e com as exportações para a UE bloqueadas, alguns frigoríficos paulistas também paralisaram as atividades, decretando férias para boa parte dos funcionários.
O comportamento dos preços neste final de ano ainda é uma grande incógnita. Mesmo porque não param de surgir novos focos de aftosa no Sul do Mato Grosso do Sul, sendo que alguns compradores da bovina brasileira, dentre eles a UE, estão reavaliando a situação para ver se promovem uma mudança de postura.
De toda forma é possível constatar que, já que era para acontecer, a aftosa veio em “boa hora”. Afinal, é entressafra, reforçada pela retração de 18% no volume de animais confinados em relação a 2004, e a oferta reduzida impediu que houvesse desvalorizações generalizadas para a arroba do boi gordo.
Aliás, em função da escassez de animais para abate, é possível que o mercado volte a reagir fora do Mato Grosso do Sul, principalmente se caírem os embargos para São Paulo e Paraná. Vamos ver.