As cotações do boi gordo voltaram a recuar em várias praças. As variações da última semana estão dispostas na tabela 1.
Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo, em R$/@ a prazo, ao longo da última semana.
Com relação às vendas internas de carne, o varejo do interior paulista até espera por um aquecimento das vendas ao longo dos próximos dias. O feriado instiga o apetite dos churrasqueiros de plantão.
Por conta dessa expectativa, a demanda por carne sem osso no atacado melhorou, levando, ao longo da última semana, a uma valorização média de 2% para os cortes principais (veja na tabela 2). Ainda assim, tal aquecimento é pontual, nada suficiente para sustentar uma recuperação de preços ao longo de toda cadeia.
Tabela 2. Cotações médias de carne sem osso no atacado paulista em R$/kg
Já no extremo Sul do país, observa-se um quadro diferente. A seca levou à uma “desova” antecipada do gado. Agora, a oferta minguou, sustentando reajustes. Nos últimos 20 dias as cotações do boi gordo no Rio Grande do Sul subiram 10% na região de Erechim e 2% em Pelotas.
Os compradores gaúchos enfrentam sérias dificuldades na aquisição de animais para abate. Do gado que aparece, a maioria está “escorrido”, ameaçando, principalmente, o atendimento dos contratos de exportação.
Tal situação pode se repetir em outras regiões do país. Talvez seja essa mais uma razão que leva os frigoríficos a abusarem, atualmente, dos preços baixos. A matéria-prima, que está sobrando hoje, pode faltar amanhã. É questão de aproveitar o momento.