O mercado do boi gordo, por força da redução das ofertas, opera em ambiente extremamente firme.
As programações de abate, com falhas e redução dos volumes de abates diários, atendem em média 3 ou 4 dias.
Os compradores se esforçam para segurar os preços, alegando que já não há como repassar o custo de aquisição dos animais para a carne e demais derivados do boi.
De fato, a defasagem do equivalente scot (87,94% equivalente físico + 10,29% couro +1,77% sebo), hoje em R$49,22/@, em relação à cotação do boi gordo paulista, R$54,00/@, está próxima a 9%, valor considerado alto.
Mesmo com vendas fracas, os mercados de carne e sebo, enxutos, operam estáveis. O problema maior é o couro.
A cotação do couro verde paulista acumulou baixa de 11% ao longo deste mês. No Rio Grande do Sul o recuo foi de 10% e em Goiás 12%. As vendas de couro representam aproximadamente 11% do faturamento total dos frigoríficos.
Assim, os compradores de gado trabalham ajustados, adotando a valorização boi gordo como último recurso.
Especula-se que o mercado poderia voltar a operar em ambiente frouxo, pois qualquer virada no tempo (frio) levaria à um aumento excessivo da oferta de animais para abate.
Essa hipótese é real. Porém, um novo movimento baixista tenderia a ter curta duração, uma vez que a maioria do gado já foi negociado.
Por hora, o mercado aponta para preços estáveis, com possibilidade de alta.