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Análise Semanal – 23/12/03

Os últimos dias, como era de se esperar, se caracterizaram pelo fraco volume de negócios no mercado físico do boi gordo.

A oferta diminuiu bem, mas a pressão de compra também não é grande. Em média, as programações de abate atendem seis dias. Relativamente folgadas.

No Mato Grosso, por exemplo, onde há algumas semanas a disponibilidade de animais terminados em pastejo já se havia normalizado, tem quem esteja acertando as matanças de 10 de janeiro. O mesmo acontece em algumas regiões do Pará.

Como a oferta não é regular, mesmo porque as chuvas não foram regulares, observou-se certa desestabilização dos preços. As cotações paulistas e mato-grossenses-do-sul, por exemplo, que em outubro (pico da entressafra) eram praticamente idênticas, desencostaram.

Isso porque no Mato Grosso do Sul já tem boi de pasto. Tanto que os grandes compradores paulistas, que se abasteciam de animais confinados, voltaram a buscar gado lá. Em grandes volumes.

Com relação ao boi gordo rastreado, em São Paulo, os negócios correm a R$ 61,00/@. No Mato Grosso do Sul, as ordens de compra variam de R$ 57,00/@ a R$ 59,00/@, todos a prazo, para descontar o Funrural.

A defasagem, portanto, vai de 3,3 a 6,6%. Nada anormal, conforme ilustrado na figura abaixo.


Com relação ao boi gordo não rastreado, as ordens de compra paulistas (dentro do Estado) variam de R$ 59,00/@ a R$ 60,00/@, contra R$ 56,00/@ a R$ 57,00/@ colocadas pelos compradores mato-grossenses-do-sul. A variação da defasagem é praticamente a mesma observada para a cotação do boi gordo rastreado.

Conforme pode ser observado no gráfico, o pico da defasagem (12,5%) ocorreu no início de 2000, em função de um foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Até hoje, essa amplitude não se repetiu.

Voltando ao mercado, a tendência para os próximos dias é preços estáveis e poucos negócios. Ainda mais com o feriado natalino caindo no meio da semana (quinta-feira).

No início de janeiro, os frigoríficos deverão retornar às compras meio desabastecidos. Assim, o mercado poderá voltar a trabalhar em ambiente mais firme, caso o produtor passe a cadenciar a oferta.

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