O mercado do boi gordo encerrou a semana em queda, devido ao baixo consumo interno e às sucessivas quedas do dólar. O carnaval, juntamente com o mês reduziu o consumo interno.
Gráfico 1: Indicador Esalq/BMF à prazo, em R$
Segundo dados do Instituto FNP, novo parceiro do BeefPoint em cotações diárias, os preços do boi gordo tiveram uma semana de estabilidade ou baixa. As únicas exceções foram as praças de Campo Grande/MS, subindo de R$46,00 para R$47,00 e Paragominas/PA, subindo de R$42,00 para R$43,00. Para acessar as cotações do boi gordo, clique aqui.
A cotação da arroba do boi em reais tem diminuído, no entanto tem subido em dólares. Nesse cenário o preço ao produtor se torna cada vez menos convidativo, por outro lado dificulta as exportações.
Gráfico 2: Indicador Esalq/BMF à prazo, em US$
Exportação
Alguns traders que comercializam carne na Europa afirmam estar difícil comprar carne no Brasil. Segundo eles, os frigoríficos brasileiros não conseguem alongar escalas com os preços atuais, mas se recusam a aumentar o preço ao produtor, o que inviabilizaria a exportação, frente a valorização do real.
Segundo dados do Secex, ainda não há decréscimo nas exportações. Em janeiro as exportações foram recordes e dados preliminares de fevereiro indicam manutenção dos volumes exportados. Enquanto diversos setores da economia já sentem o reflexo do dólar, a carne bovina consegue manter os volumes exportados graças às sucessivas quedas da cotação em reais.
Mercado futuro
No encerramento da semana, o mercado futuro teve uma leve alta na maioria dos contratos. O contrato para outubro, no fechamento desse artigo, estava cotado a R$58,50, o que indica um cenário favorável para confinadores.
Gráfico 3: Preços dos contratos futuros – boi gordo BM&F
Ricardo Burgi, diretor da Boviplan Consultoria e instrutor do curso online da AgriPoint sobre confinamento acredita “fortemente que o confinamento em 2006 será melhor do que em 2005”, pois “a arroba do gado magro, de reposição, está barata, com valor inferior à do boi gordo, há perspectiva de safra recorde de milho e sorgo”.
Afirma também que “neste ano de eleições, o governo está afrouxando as amarras da economia e o consumo interno de carne poderá reagir devido a uma melhoria do poder aquisitivo da população” (leia o comentário completo). Outro fator que pode estimular o consumo interno é o novo salário mínimo de R$350,00, esperado para maio.
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Parabéns pela objetividade da análise.
Uma grande quantidade de informações nos é apresentada cotidianamente. Divergências e oportunidades se fazem presentes, muitas vezes sequer percebidas, mas é preciso abordá-las, quer queiramos ou não. Só assim aprendemos a fortalecer nosso poder de prever os cenários onde agiremos de maneira menos impulsiva, intuitiva e desarticulada.