O mercado se manteve frouxo no Centro-Sul do país, graças à chegada maciça dos animais terminados em confinamento e semiconfinamento e, no caso do extremo Sul, do gado de aveia ou azevém.
Para o Norte, preços estáveis, até com relativa firmeza. A oferta está ajustada. Basta apenas uma “forcinha” da demanda para as cotações reagirem.
Acompanhe as variações registradas para o boi gordo, ao longo da última semana, na tabela 1.
Tabela 1. Variações nominais das cotações do boi gordo (em R$/@) na última semana.
Nesse caso, a defasagem da vaca para o boi é de aproximadamente R$2,00/@, ou apenas 4%.
Vale destacar que o preço referência para o boi gordo paulista caiu para R$51,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. Menor cotação da história, bem abaixo dos R$53,38/@ de julho, que acreditava-se ser o fundo do poço.
No entanto o final de ano pode trazer algum alento aos produtores. Além da tendência de redução do volume de animais confinados e semiconfinados, espera-se que o consumo de carne bovina aumente.
Isso porque devem ser injetados na economia cerca de R$64 bilhões. Os recursos virão de benefícios pagos pela Previdência Social (auxílio doença, salário materinidade, etc.), restituição do imposto de renda, abono do PIS, parte dos expurgos do FGTS referentes aos planos Verão e Collor 1 e, por fim, do 13o salário, cujo total pode ultrapassar R$45 bilhões.
Isso sem contar os efeitos do aumento do salário mínimo de R$260,00 para R$300,00.
A demanda relativamente aquecida, frente uma oferta mais contida de carne bovina, pode sustentar a recuperação das cotações da arroba.
No entanto, dois fatores devem limitar os aumentos. O dólar baixo e a parcela dos recursos que deverá ser destinada para pagamentos de dívidas e impostos.
Além do que, o boi caiu demais. O espaço que tem que percorrer para alcançar cotações minimamente remuneradoras é muito grande. Para chegar a R$60,00/@ em São Paulo, por exemplo, teria que reagir R$9,00/@, ou quase 18%, em pouco mais de 2 meses. Difícil.
Sem contar que um boi de R$60,00/@, que representa R$3,00/@ a menos do que foi alcançado no pico da entressafra do ano passado, significa algo próximo de US$25,00/@. Seria, em dólares, a cotação mais alta já registrada desde dezembro de 1997. Difícil também.
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Gostaria que o autor nos explicasse com mais detalhes essa oferta maciça em pleno mês de agosto, de animais terminados em confinamentos e semi confinamentos.
Não seria atípica?
Qual seria o comportamento (vendas) dos confinadores nos próximos meses?
Grato,
Luiz