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Análise Semanal – 24/09/03

O mercado do boi gordo trabalha em ambiente morno.

Ofertas de compra abaixo do preço referência vêm sendo registradas em algumas praças, principalmente São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas gerais.

Com escalas relativamente longas, 5 a 6 dias, os compradores sentem que podem arriscar pagar menos. Jogam um preço mais baixo para “ver no que dá”.

O afrouxamento das escalas se deu em função de 3 fatores: aumento da oferta de animais terminados, redução do volume de abate diários (em função do fraco desempenho do mercado atacadista) e entrada de gado dos próprios frigoríficos.

No Sul do país cresce a oferta de animais que estavam em pastagem de inverno. Com a seca e necessidade de iniciar o plantio da lavoura, os produtores vendem o gado para desocupar a área.

Já em São Paulo, são os bois de confinamento que realmente têm abastecido os frigoríficos, levando à redução da ação dos compradores paulistas em praças vizinhas. Assim, a oferta melhora também nos Estados mais próximos.

No Norte, a situação é outra. O gado vem do pasto, e agora não há oferta. Principalmente no Pará e em Rondônia têm sido registrados com frequência negócios acima do preço referência. Contudo, o avanço das escalas paulistas e o excesso de carne no mercado têm inibido a valorização do boi gordo também nessas regiões.

O mercado anda de lado, e a tendência é mesmo de preços estáveis. Quem não consegue boi prefere trabalhar com volumes reduzidos, pois alega (com razão) que não há repasse na carne. Já quem trabalha com folga acredita que dificilmente os negócios continuem fluindo bem caso sejam impostos novos recuos.

Observa-se hoje um movimento similar ao registrado no ano passado. Em setembro/02, a chegada dos animais de confinamento levou à retração de R$1,00/@ na cotação do boi gordo paulista, que depois reagiu R$6,00/@ em outubro.

A maioria dos compradores acredita que realmente o mercado volte a trabalhar em ambiente firme após a primeira semana de outubro. Contudo, é preciso lembrar que em outubro do ano passado, além da redução das ofertas, a alta do dólar (que beirou os R$4,00) teve forte influência na valorização do boi gordo.

Este ano é interessante observar um outro fato: a redução, ou praticamente a extinção, do deságio da cotação da arroba do boi gordo de algumas praças em relação a São Paulo. Até a semana passada, por exemplo, os negócios com o boi gordo em São Paulo, Minas Gerais (região do Triângulo) e Mato Grosso do Sul corriam, os três, em R$60,00/@, a prazo, para descontar o Funrural.

Observem no gráfico abaixo a evolução comparativa da cotação do boi gordo na região de Araçatuba (SP) e Três Lagoas (MS).


No começo do ano, o deságio normal era de R$2,00/@. Porém o aumento da ação dos compradores paulistas na região de Três Lagoas, a necessidade em se conseguir animais rastreados e a redução das ofertas levaram os compradores locais a operaram nos mesmos patamares de São Paulo (observe o círculo) por 3 semanas.

No decorrer do primeiro semestre, as escalas paulistas praticamente eram preenchidas com animais de fora do Estado (cerca de 70 a 80%). Hoje, com a chegada do gado confinado, a situação se inverteu. A demanda por animais de fora diminuiu, levando à volta do deságio (média de R$1,00/@).

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