O mercado do boi gordo recuou na semana de 20 a 26 de abril de 2006. A confirmação do foco de aftosa, mesmo sem causar novos embargos, não permitiu novos ajustes de preços, como ocorrido na semana anterior. Várias praças tiveram reduções de preço e os contratos futuros tiveram uma semana de baixa. O indicador boi gordo Esalq/BMF fechou a semana com queda de 1,3%, quando o bezerro segue se valorizando, anotando uma alta de 1,7% na semana.
No ano, o indicador Esalq/BMF para o boi gordo recuou 2,4%, já o do bezerro avançou 4,8%. Com isso a relação de troca acumula no ano uma queda de 6,9%, favorecendo o produtor de bezerros. Hoje (26/04) a relação de troca é de 2,35 bezerros/ boi gordo.
O mercado futuro teve uma semana de baixa, com o contrato para maio/2006 tendo redução de R$0,78/@ e o contrato para outubro com redução de R$0,34/@, influenciado fortemente pela confirmação da aftosa.
As exportações de carne bovina seguem aumentando. De acordo com a Secex, em março, o Brasil exportou 93 mil toneladas de carne bovina in natura, com faturamento de US$ 215 milhões, um crescimento de quase 40% em valor, com alta do preço médio de 5,75%. O único importador significativo do Brasil que continua não importando (e sem perspectivas positivas) é o Chile. Em março, a Europa, que paga os melhores preços ao Brasil, aumentou fortemente as importações brasileiras de carne bovina in natura (Veja o artigo da seção especiais).
Mesmo com as exportações em alta, queda de alguns embargos essa semana (Angola) e até o momento nenhum novo embargo ao Brasil devido ao novo foco de aftosa em Japorã/MS, confirma-se que uma notícia negativa tem efeito imediato no mercado do boi gordo, mesmo não ocorrendo reações negativas no mercado da carne.
Com a aftosa todos perdem, mas o produtor perde mais e mais frequentemente.