A demanda por animais rastreados aumenta a cada dia, em função do bom desempenho das exportações brasileiras de carne bovina.
De janeiro a abril foram embarcadas cerca de 665.600 toneladas, gerando um faturamento superior a US$482,00 milhões. Aumento de 18% em volume e 53% em receita, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em contrapartida, a oferta de animais rastreados permanece bem ajustada. Não que a adesão ao SISBOV não esteja aumentando. Pelo contrário, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o programa absorve cerca de 83 mil novos animais ao dia. O problema é justamente esse.
É pouco brinco pra muita orelha. As empresas de produtos para identificação não estão dando conta de atender os pedidos. A entrega, quando tem, demora de 40 a 60 dias. Os técnicos das certificadoras também estão sobrecarregados, adiando as visitas. Assim, os certificados dos animais já rastreados demoram a chegar.
Tem boi que já cumpriu a quarentena, mas sai de escala porque não está com a documentação em dia. Os problemas devem aumentar a partir de junho, quando o período mínimo de monitoramento passar para 90 dias.
Além das turbulências do SISBOV, as chuvas atrapalham os trabalhos de embarque e transporte de animais em várias regiões e sustentam as pastagens em boas condições, permitindo ao produtor reter os animais em engorda.
Com dificuldade de conseguir mercadoria, dólar relativamente alto e contratos para cumprir, os compradores não têm conseguido evitar os reajustes. Contudo, em São Paulo, por exemplo, já está difícil conseguir boi rastreado mesmo nos R$62,00/@, a prazo, para descontar o Funrural.
Final de safra bastante atípico. Em 2003, de janeiro a maio, a cotação da arroba do boi gordo paulista acumulou baixa de 10%, saindo de R$59,00 para R$53,00. Este ano, no mesmo período, observou-se uma valorização de quase 1%, com os negócios migrando de R$61,00/@ para R$61,50/@, com alguma coisa de R$62,00/@ (gráfico).