As pressões baixistas permanecem fortes na maioria das praças pecuárias pesquisadas. Os compradores aproveitam a oferta relativamente elevada de animais terminados para impor novos recuos.
Em São Paulo, por exemplo, a maioria dos exportadores trabalha com R$59,00/@, a prazo, para descontar o Funrural no boi rastreado. Ainda existem negócios a R$60,00/@, nas mesmas condições, mas são poucos.
É verdade que em alguns pontos do Estado as compras correm no pingado. Porém, vem muito gado de fora, principalmente do Mato Grosso do Sul, Sul de Goiás e Triângulo Mineiro.
Desde novembro do ano passado, quando, ao longo dos últimos 13 meses (janeiro de 2003 a janeiro de 2004), foi registrado o pico da cotação da arroba do boi gordo na maioria das regiões pesquisadas, já se tem um recuo médio de 2%. Isso tomando como base 25 praças pecuárias que fazem parte do levantamento da Scot Consultoria.
A queda só não foi maior porque, ao contrário do restante do país, as cotações do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Paragominas (PA) subiram no período, em função de situações particulares de oferta. Excluindo-se elas, a retração média ficaria em 4%. O dobro.
Os 4 maiores recuos foram registrados em Dourados (MS), Campo Grande (MS), Barra do Garças (MT) e Rondônia. Todos de 7%. Em seguida vieram Sudoeste (MT) e Tocantins Norte, com 6% cada. Em São Paulo o ajuste foi de 3%, tanto para a região de Araçatuba quanto para Barretos. No gráfico abaixo é possível acompanhar a evolução dos preços nas 3 praças sul mato-grossenses pesquisadas.
Além do mais, aproveitando a safra, alguns grandes frigoríficos elaboraram conjuntamente uma “tabela de tipificação de carcaças”, baseada em demérito, a ser imposta aos produtores. Em síntese, boi de 16 arrobas, ou mais, vale o preço padrão (que, como visto, está despencando). Abaixo disso, vêm os deságios. Para boi de 15 arrobas, por exemplo, desconta-se 3%. Se for inteiro e/ou mestiço, o preço cai ainda mais. E assim vai.
As perspectivas, ao menos de curto prazo, não são nada animadoras para os produtores.
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Estive pensando em como a @ deprecia se todas as análises diziam o contrário.
Cheguei a conclusão que dentre outros fatores, pesa o tamanho do nosso rebanho, um aumento de 1% na taxa de desfrute representa oferta de aproximadamente (nossas estatísticas não são muito confiáveis) 2.000.000 de animais para abate, e 1% a mais não requer muita tecnologia para conseguir.