O mercado físico do boi gordo trabalha firme e em alta na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria. Boi de pasto não tem mais e a disponibilidade de boi de cocho está diminuindo. Além do mais, o produtor retém o gado em engorda, pois sente que o momento lhe é favorável.
Na última semana foram registradas, para o boi gordo, correções positivas em São Paulo (1%), Triângulo Mineiro (2%), Goiânia – GO (2%), Sul de Goiás (4%), Dourados – MS (2%), Campo Grande – MS (2%), Três Lagoas – MS (2%), Bahia (2%), Paraná (2%) e Rio de Janeiro (4%).
Veja, na figura abaixo, o comportamento dos preços do boi gordo ao longo dos últimos 30 dias em algumas praças. Destaque para a Bahia, onde, segundo os compradores, o boi “sumiu”.
Somente no Rio Grande do Sul foram registrados recuos, algo próximo de 3% para as regiões de Erechim e Pelotas. Os produtores estão retirando os animais dos campos para o plantio, principalmente de soja, mantendo os frigoríficos abastecidos.
Em geral, as programações de abate atendem 4 ou 5 dias. Estão curtas, lembrando que há 2 semanas alguns frigoríficos trabalhavam com folga superior a 10 dias. No Triângulo Mineiro e no Mato Grosso do Sul tem comprador atrás de gado para morrer num intervalo de 2 ou 3 dias.
Em São Paulo já tem frigorífico exportador ofertando R$62,00/@, a prazo, para descontar o funrural por boiadas diferenciadas. Frigoríficos de mercado interno chegam a pagar R$60,00/@, a vista, livre de imposto por boiadas boas, localizadas próximas às unidades de abate, rastreadas ou não. Isso equivale a quase R$63,50/@, a prazo, para descontar o funrural. Portanto, em São Paulo, o boi não rastreado pode valer mais que o rastreado.
Negócios acima do preço referência pipocam também em outras praças. Além do bom desempenho das vendas de carne, tanto interna (proximidade da virada do mês), quanto externamente (exportações a todo vapor), os compradores buscam esticar o máximo possível as escalas, pois o feriado de 2 de novembro (finados), que cai numa terça-feira, deve atravancar o mercado por pelo menos 4 dias.
Nos próximos dias, caso o produtor mantenha a estratégica de venda compassada (que é o que parece), podem ocorrer novos reajustes. O cenário favorece o vendedor.