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Análise Semanal – 30/03/2005

Na expectativa do pagamento de salários

As cotações do boi gordo seguem estáveis na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria. Veja na tabela 1 as variações em reais nominais registradas ao longo da última semana.

Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo ao longo da semana


Em função do feriado do dia 25, o ritmo das compras diminuiu bem. As escalas de alguns frigoríficos chegaram a encolher 2 ou 3 dias. No entanto, ao menos até o fechamento desta coluna, os negócios já vinham evoluindo normalmente.

Grandes compradores paulistas, com escalas superiores a 8 dias, exercem forte pressão baixista. As cotações do boi gordo, a prazo, ainda se sustentam entre 57,00/@, livre de Funrural e R$58,00/@, para descontar o imposto, em função dos frigoríficos de mercado interno, que buscam muito pouco, ou simplesmente não buscam gado fora do Estado. Estes ostentam programações de abate de 3 ou 4 dias.

A oferta de gado é considera boa principalmente no Mato Grosso do Sul, onde, em algumas regiões, a estiagem impediu que os produtores retivessem os animais em engorda. Sem pasto, não foi possível adotar nenhuma estratégia de venda compassada.

As cotações do boi gordo já recuaram demais. Veja na tabela 2 as variações em reais nominais, de dezembro de 2004 a março de 2005, com base nos preços médios mensais, em todas as praças pesquisadas pela Scot Consultoria.

Tabela 2. Variações das cotações do boi gordo entre dezembro de 2004 e março de 2005


Apesar da movimentação dos produtores, reivindicando, entre outras coisas, preços mais remuneradores, não se descarta, em regiões onde as escalas superam 6 ou 7 dias, a possibilidade novos recuos.

No entanto, é preciso considerar que na virada do mês, mediante o pagamento dos salários, a tendência é que as vendas de carne se aqueçam, contribuindo para a sustentação das cotações da arroba.

Além do mais, após um longo período de baixa, as cotações do couro verde reagiram 7% no Sudeste e no Brasil Central. Lembrando que o couro responde por cerca de 10% a 13% do faturamento de um frigorífico.

Não fosse a elevada disponibilidade de animais para abate, poder-se-ia cogitar a possibilidade de ocorrerem correções positivas nos preços pagos aos produtores.

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