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Análise Semanal – 30/04/03

Com o câmbio abaixo de R$2,95 por US$1,00, compradores e produtores passaram a rever suas posições.

A cotação da arroba bovina brasileira, tomando como base os preços paulistas, aproximou-se a US$18,50. Uma das mais caras da América do Sul, próxima à argentina, e quase 9% acima do pico do ano passado, US$17,00, quando o boi gordo chegou a R$60,00/@ (gráfico).

O preço da carne brasileira no mercado internacional segue em queda (veja o gráfico na análise da semana passada), e os frigoríficos sabem que dificilmente nos próximos 2 meses o desempenho das exportações será o mesmo registrado no primeiro trimestre.

Em função da guerra EUA/ Grã Bretanha x Iraque, os países do Oriente Médio formaram estoques de carne, ajudando a alavancar as vendas brasileiras (aproximadamente 20% das exportações de carne bovina do Brasil têm como destino aquela região). Agora é necessário um tempo para que esse mercado volte a operar em equilíbrio.

Além do mais, com a valorização do Real, a margem dos exportadores diminuiu, e será necessário que haja uma renegociação de contratos, possivelmente prejudicando alguns embarques por um breve período.

Internamente, a situação é ainda pior. O desemprego segue elevado, e a renda média do trabalhador brasileiro está em queda. O novo salário mínimo começa a circular agora em maio, porém só o aumento da tarifa de energia elétrica, 20% em média (o mesmo ajuste do mínimo), já enxugou uma eventual sobra no orçamento.

Como conseqüência, as vendas de carne permanecem fracas. No decorrer de abril, o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) acumulou baixa de 7%. O equivalente scot, que leva em consideração os 3 principais produtos gerados no frigorífico (carne, couro e sebo), também caiu na mesma proporção.

Por todos esses fatores, os compradores intensificaram as pressões baixistas. O pessimismo tomou conta também dos produtores, que mesmo contando ainda com pastagens de relativa qualidade, aceitaram negociar a preços menos satisfatórios.

Como sempre acontece, quando as vendas de carne estão fracas e as ofertas de animais terminados aumentam, o preço do boi gordo cai.

Em São Paulo as ordens de compra variam de R$54,00/@ a R$55,00/@, a prazo, para descontar o funrural, com tendência de se firmarem no primeiro patamar.

Diante deste cenário, e com a proximidade da “boca da seca”, é preciso muita cautela para que os preços do mercado físico não despenquem.

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