Sem mais ameaça de greve, o mercado físico do boi gordo volta a trabalhar em ritmo normal. Observa-se uma forte demanda pelo gado rastreado, e não é para menos.
No primeiro bimestre deste ano, segundo dados do MDIC, o Brasil exportou 215,48 mil toneladas equivalente carcaça de carne bovina, com faturamento de US$286,72 milhões. Em relação ao mesmo período do ano passado houve um incremento de 7% em volume e 35% em receita.
Vale lembrar que o desempenho de fevereiro foi prejudicado pela greve da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O mesmo pode acontecer agora em março, em função da paralisação dos fiscais agropecuários federais.
O bom desempenho das vendas externas tem sustentado os preços dos animais terminados aqui. Em São Paulo, por exemplo, a última alteração foi registrada em 18 de fevereiro, valorização de R$0,50/@ para o boi gordo.
No fechamento do primeiro trimestre de 2004 a cotação do boi gordo, na média das 25 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, acumulou baixa de 3%, isso com mercado interno fraco e oferta de gado elevada (principalmente fêmeas).
E por falar em mercado interno fraco, o atacado, saturado, voltou a trabalhar em baixa. A defasagem do equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) para a cotação da arroba do boi gordo paulista já se aproximou novamente dos 20%.
O ambiente é ruim para quem tem gado não rastreado, que em algumas praças já sofre deságio de R$3,00/@ em relação aos animais cadastrados no SISBOV. Pelo menos para o gado “tipo exportação” (rastreado) a tendência ainda é de preços estáveis.