Análise semanal do atacado – 05/06/2006

Os preços no atacado tiveram recuperação durante a semana tanto para a venda casada (negócios 1×1) quanto para o avulso, principalmente devido a uma redução na oferta de carne com osso. Uma expectativa de melhora nas vendas no varejo também influenciaram positivamente a procura de carne com osso, principalmente no fim da semana.

Na sexta-feira feira, o traseiro estava sendo negociado a R$ 3,80/Kg (1×1 e avulso). O dianteiro foi negociado na faixa de R$ 3,30 a 3,40/Kg (1×1). A ponta de agulha do boi se manteve estável durante toda a semana em R$ 1,90/Kg. A oferta de PA vem se mostrando excessiva. Os preços perderam sustentação a partir da segunda quinzena de maio, resultado de demanda retraída, característica de final de mês, combinada com uma oferta excessiva.

A recuperação ainda não atingiu os patamares anteriores. Em relação ao dia 10/05, momento em que o atacado experimentou os melhores preços em maio, a queda acumulada é de 5% para o traseiro, 4% para o dianteiro e 21% para a PA. Acompanhe no gráfico abaixo a evolução dos preços (máximos) de carne com osso no atacado.

Gráfico 1:evolução dos preços de carne com osso no atacado em São Paulo

O equivalente físico do boi (48% traseiro, 39% dianteiro e 13% ponta de agulha) está, na média, em R$ 44,81/@, enquanto o indicador Esalq/BM&F também teve uma leve recuperação na última semana (fechou em R$ 49,03/@). O equivalente físico está, na média, 10% inferior ao dia 10 de maio, enquanto o indicador Esalq/BM&F acumula baixa de 0,24% no mesmo período.

Gráfico 2: evolução do equivalente físico do boi e indicador Esalq/BM&F

No mercado de carne desossada, o preços tiveram estabilidade durante a semana. O nível elevado de oferta e a demanda estável ainda impedem recuperação dos cortes no atacado. Veja na tabela abaixo os preços para os cortes de traseiro e dianteiro.

Tabela 1: carne sem osso no atacado

A etapa de vacinação anti-aftosa de maio terminou na maioria dos estados, o que pode elevar a oferta de boi terminado para abate. Por outro lado, as exportações tiveram um bom desempenho até maio neste ano. No acumulado dos 5 primeiros meses, totalizaram 428 mil toneladas, com receita de US$ 1.024 milhões, crescimento de 3% em volume e 13,33% em receita. O início de mês também pode ter influência positiva na demanda de carne bovina.

Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint, com informações do Boletim Intercarnes.