Nas duas últimas semanas, a reduzida oferta de animais terminados – em razão da estiagem prolongada, que levou ao atraso da chegada dos animais terminados em pastejo – pressionou os compradores que, trabalhando com escalas de abate que atendiam em média 3 a 4 dias, cederam aos ajustes.
No período, a valorização média do boi gordo em 24 praças pecuárias pesquisadas pela Scot Consultoria chegou a 4%, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde o ajuste foi superior a 12%.
Em São Paulo foram registrados negócios em R$60,00/@, a prazo, livre de funrural, superando as expectativas do mercado.
Após os preços retornarem aos patamares de meados de novembro, houve ligeiro aumento de oferta. Além do fator preço, alguns produtores preferem acertar os compromissos pendentes antes de saírem para as viagens de fim de ano, levando a uma concentração dos negócios pouco antes do Natal.
As programações de abate se estenderam para 4 a 5 dias, insuficiente para iniciar um movimento de baixa, porém suficiente para diminuir a pressão de alta.
Além do mais, o consumo já começa a dar sinais de fraqueza. As valorizações do atacado foram repassadas ao varejo, justamente após passada a euforia gerada pelo pagamento do 13o salário. Além do mais, a oferta de carne bovina aumentou e a atenção do consumidor se voltou para as carnes mais tradicionais do período.
Alguns compradores com matanças mais adiantadas, para o início de 2003, talvez optem pela derrubada dos preços, mas há de se ressaltar que são poucos nessas condições.
Como o período de festas é tradicionalmente ruim para as compras, o mercado tende a seguir firme, porém estável, até a primeira semana de janeiro, quando os negócios novamente começam a engrenar.
Após, o comportamento dos preços irá depender principalmente da chegada dos animais de pasto, que deverá se dar de forma adversa nas diferentes praças pecuárias, em razão da irregularidade do regime de chuvas.