As programações de abate não avançam, porém a cotação do boi gordo segue em queda.
Na maioria das praças, os compradores estão reduzindo o volume de abates diários (às vezes em até 50%) e remanejando os animais, conseguindo assim espaço para os ajustes. Falhas em dias de abate foram registradas no Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo.
Mesmo na região de Três Lagoas (MS), onde cogitava-se a hipótese de uma recuperação nos preços, os compradores sinalizam que, com falhas, tentarão ao menos manter a atual cotação (R$55,00/@).
Em São Paulo, o preço referência permanece em R$57,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. As programações de abate atendem em média 3 a 4 dias, o que vem conferindo certa sustentação aos preços.
Os frigoríficos salientam que estão buscando adequar a cotação do boi gordo ao preço da carne no atacado. O fraco desempenho do mercado atacadista é apontado pelos compradores como o fator responsável pela desvalorização do boi gordo.
Espera-se que a redução das ofertas de animais terminados e do volume de abates diários enxugue o mercado, permitindo a manutenção dos preços no atacado e amenizando a pressão de baixa no mercado físico do boi gordo. A forte desvalorização do real frente a moeda norte americana também deve ajudar.
Atualmente, a diferença entre a cotação da arroba do boi gordo paulista e o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) é de 27%. No mesmo período do ano passado, a defasagem era ligeiramente superior a 13%.