O mercado do boi gordo trabalha em ambiente fraco.
Depois de 5 meses de mercado fortemente aquecido, levando a arroba do boi gordo a uma valorização média de 32%, iniciou-se a partir do dia 18 de novembro um súbito movimento de baixa, que vem ganhando força (ver o gráfico abaixo).
A partir da segunda quinzena deste mês, as ofertas de animais terminados realmente aumentaram um pouco. Como os frigoríficos passaram a comprar animais mais leves, peso mínimo de 15@, alguns pecuaristas optaram por negociar parte do gado a pasto para favorecer a recuperação do capim, ou para angariar recursos para os compromissos de final de ano, pagamento de 13o salário e para compra dos animais de reposição.
As chuvas fortes e a falta de trato também ajudaram, levando ao mercado o “resto” dos animais confinados.
Ao mesmo tempo em que cresciam as ofertas de animais terminados, caía a pressão de compra, por conta do fraco desempenho do mercado atacadista. Consumo fraco e aumento da oferta de carne levaram o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) a registrar queda superior a 7% em pouco mais de uma semana.
Assim, foram impostas as primeiras desvalorizações da arroba. O pecuarista pôs-se a negociar, alimentando novos ajustes. Do dia 18 ao dia 27 de novembro, a desvalorização média do boi gordo em 24 praças pecuárias pesquisadas pela Scot Consultoria foi de 3%. Em São Paulo, mercado balizador, a queda foi de 5%.
É interessante observar que a desvalorização da carne foi superior à do boi gordo. Isso implica que, se os compradores encontrarem espaço, tentarão promover novos recuos.
A expectativa é que o mercado atacadista volte a trabalhar em ambiente firme a partir do início de dezembro, período de pagamento de salários e contando agora com o adicional do 13o. Caso isso aconteça, a pressão baixista no mercado do boi gordo tende a diminuir.