André Bartocci, leitor BeefPoint, comentou sobre a notícia A inviabilidade técnica dos pequenos matadouros. Leia na íntegra:
Com todo respeito Dr.Pedro concordo com a inviabilidade atual destes estabelecimentos, mas enxergo em seu artigo a ponta de um grande iceberg.
Como foi relatado “a raiz do problema é de ordem economico-sanitaria…” onde o pequeno estabelecimento municipal deve retirar seu lucro principalmente de “animais de descarte de propriedades menores e leiteiras”.
Descartes tanto na produção leiteira como na de carne, independente de sua escala são normais e previsíveis. Dentro de uma Produção SAUDÁVEL e profissional devem fazer parte da contabilidade. A carne de uma vaca de 10 anos pode até não ser macia mas tem a obrigação de ser Saudável.
A inspeção em ultima análise, apesar de ter o poder de punição (com a desvalorização de carcaças condenadas), serve de termômetro, ela mensura a produção. E neste sentido podemos facilmente observar que EXISTEM GRANDES PROBLEMAS SANITÁRIOS na nossa produção. Estes problemas estão perversamente, aumentando nas pequenas produções por desinteresse do poder público.
A eliminação de Frigoríficos regionais e o aumento do raio de ação das grandes indústrias (que com grandes carretas chegam facilmente a 700 kilometros!) agrava o problema de pequenos PROFISSIONAIS, pois estas industrias tem grande poder de seleção e automaticamente de EXCLUSÃO. É obvio que grandes frigoríficos não vão ”sujar suas mãos” com os descartes!
Atrás das fortes imagens esta o grande desequilíbrio da CADEIA da CARNE BRASILEIRA.
Temos um Varejo especializado, uma Indústria multinacional e alavancada (com dinheiro público) e uma Produção SUCATEADA.Isto tudo agravado por um grande mercado consumidor que se choca com realidades expostas no artigo e pede respostas imediatas e carne e leite saudáveis.
Porém as soluções são de longo prazo, pois os problemas do abate irregular esta na PRODUÇÃO. A sanidade do bife é feita no campo!
Abraço André Bartocci