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Animais clandestinos preocupam Indea

A cúpula da política sanitária animal de Mato Grosso tenta dissimular a saia justa da cadeia pecuária com a entrada clandestina no Estado de um lote de carneiros e cabritos de raça, procedentes de Limoeiro (CE). Depois do susto inicial, a reação foi impedir que os mesmos fossem expostos em pavilhões na 38a Expoagro e, numa rápida reação, emitiu-se ordem para sacrificá-los com rifles sanitários da Polícia Militar (PM).

Na tarde da quinta-feira (11), atendendo solicitação do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), soldados da PM abateram 45 carneiros e 105 ovelhas PO da raça deslanada santa inês e 25 bodes anglo-nubiano, na chácara Distrito, nas imediações do Distrito Industrial. Os animais pertenciam aos irmãos Moisés e Geremias Maia de Andrade.

Os carneiros e cabritos foram transportados por duas carretas graneleiras, de Limoneiro a Cuiabá, num trecho de 3,5 mil quilômetros. Os donos sustentam que todos foram vacinados contra aftosa e que o transporte foi feito acobertado por Guia de Transporte de Animais (GTA). O gerente regional do Indea na capital, veterinário Ediberto Marques, confirma que houve a vacinação, mas explica que não basta vacinar quando o animal procede de área de risco desconhecido de aftosa, como é o caso do Ceará, para zona livre de aftosa com vacinação, a exemplo de Mato Grosso. “O correto é a quarentena, que não é exatamente um período fixo de isolamento, mas sim um conjunto de medidas que incluem sorologia”, explica.

Ontem, o Indea interditou a chácara Distrito e seu entorno num raio de 7 quilômetros. Nessa área não entram nem saem animais por um tempo mínimo de 14 dias, que poderá ser dilatado dependendo do resultado da sorologia que será feita no rebanho ovino da propriedade.

Comprometer exportações

Se a aftosa ressurgir por negligência ao excluir ovinos do calendário de vacinação, carneiros somente são vacinados para serem expostos em feiras, serem leiloados ou transportados para fora do Estado, Mato Grosso pode enfrentar período de “vacas” magras a exemplo de Mato Grosso do Sul, que ficou por mais de cinco anos sem a doença, mas que foi vítima de dois focos, um em Porto Murtinho, em abril de 97, e outro em Naviraí, em março de 98, pela entrada ilegal naquele, de gado oriundo do Paraguai. Em função disso, suspendeu-se a exportação local.

A pecuária de Mato Grosso ganhou o mundo, quando em 2000, a Organização Internacional de Epizootias (OIE) a habilitou para exportar carne in natura para o exigente mercado europeu. O Estado responde por 10% da exportação de carne brasileira, abate anualmente quatro milhões de bovinos e absorve menos de 10% dessa produção.

Fonte: Diário de Cuiabá (por Eduardo Gomes), adaptado por Equipe BeefPoint

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