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Animais podem receber certificado do Sisbov momentos antes do abate

Mais uma vez o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) teve que adequar a legislação sobre o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), que introduziu a chamada “Carteira de Identidade” destes animais, para minimizar os impactos da rastreabilidade sobre as exportações brasileiras. A última brecha foi editada no final da semana passada.

Até o dia 30 deste mês os animais que tenham sua carne destinada à União Européia poderão receber marcação praticamente momentos antes de embarcar para o frigorífico, ficando exigido o mínimo de apenas um dia de cadastro ao Sisbov.

“Neste período a exigência é de uma identificação individual, mesmo que o animal ainda não tenha visualizado o número de cadastro junto ao Sisbov, atestado por uma certificadora que poderá fazê-lo, ainda dentro da propriedade, momentos antes do embarque do animal no caminhão”, explica o fiscal federal agropecuário, Leônidas Vasquez Galvão.

Mas a partir de 1o de outubro, os animais deverão estar certificados no mínimo por 15 dias para então serem abatidos.

Nesta identificação individual constam dados como idade, sexo, data de nascimento, raça, propriedade, município/estado/país, número da certificadora e também o número do Sisbov. “Mesmo o animal sendo abatido sem o brinco com a identificação junto ao banco de dados do sistema, a identificação individual trará o registro junto ao Sisbov”, completa Galvão.

Enquanto que neste momento não existem animais suficientes para atender à União Européia, no próximo mês a situação poderá inverter de ângulo. Outubro é considerado um período de entressafra e o produtor que oferecer animais rastreados certamente estará garantindo um preço melhor.

“Se hoje a arroba do boi está cotada a R$ 46, no próximo mês este valor estará majorado, tanto em função das exigências do mercado externo como pela escassez verificada neste momento”, esclarece o fiscal.

Se não fossem estas “adequações” ao Sisbov, as exportações de carne para a UE, que representam cerca de 50% do total que o Brasil exporta, teriam de ser interrompidas por pelo menos dois anos para que os frigoríficos pudessem abater animais com identificação e rastreabilidade desde o nascimento.

Em Mato Grosso estima-se que o total habilitado à União Européia ultrapasse a casa dos 200 mil animais, de um rebanho estadual de mais de 20 milhões de cabeças.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint

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