Eu não vejo uma van ou um açougue à moda antiga, que vende só carne, ser um avanço na comercialização. No meu ponto de vista é um retrocesso. Se é golpe de marketing ou não vamos esperar. Agora todo golpe quando não é bem dado encontra o contra golpe, e este é fatal.
O leitor do BeefPoint Antonio Pereira Lima, de Campo Grande/MS, enviou um comentário ao artigo “Quem tem medo das vans do JBS?“. Abaixo leia a carta na íntegra.
“Vamos voltar no tempo para tentar entender e julgar.
Quando menino comprar carne era só no açougue, assim como verdura era na quitanda, pão na padaria ou entregue na porta de casa – junto com o leite na carrocinha -, arroz, feijão, açucar era na venda (secos e molhados), sapato na sapataria e roupa nos turcos ou na Pernambucanas.
Era assim que a gente consumia. Uma ou duas vezes por ano na loja de roupa, uma vez por mês na venda e todo dia no açougue, quitanda e padaria.
Foi pensando em acabar com esta via sacra e ter o cliente todo dia que juntaram tudo no mesmo barracão e surgiu o supermercado.
Mas o cliente, no começo quando a carne não era embalada e até sangrava no carrinho junto com outras compras, comprava tudo menos a carne, que continuava sendo comprada no açougue. Os supermercadistas então levaram, estrategicamente, os açougues para o fundo dos supermercados, onde estão até hoje. E começaram vender carne abaixo do custo, perdendo dinheiro na carne, mas fazendo o cliente transitar dentro da loja. Foi um caos para os açougueiros, os mais rápidos viraram conveniências, os que teimaram em vender só carne quebraram. Hoje açougue vende de cigarro até ração para cachorro.
Portanto eu não vejo uma van ou um açougue à moda antiga, que vende só carne, ser um avanço na comercialização. No meu ponto de vista é um retrocesso. Se é golpe de marketing ou não vamos esperar. Agora todo golpe quando não é bem dado encontra o contra golpe, e este é fatal.”