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Apesar da crise, Abiec considera 2008 positivo

Os exportadores brasileiros de carne bovina sentiram os efeitos da crise internacional em novembro. No mês passado, os embarques de carne bovina somaram US$ 335 milhões, um desempenho 14% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. A queda na receita das exportações no mês passado é o primeiro sinal dos efeitos da crise financeira internacional, que até outubro ainda não havia sido sentida pelos exportadores brasileiros. "Essa foi a primeira vez em muito tempo que tivemos uma retração na receita das exportações em comparação com igual mês do ano anterior, o que já é um reflexo da crise internacional e, principalmente, queda nas vendas para a Rússia, que foi bastante atingida pela retração do crédito", disse Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Abiec.

Os exportadores brasileiros de carne bovina sentiram os efeitos da crise internacional em novembro. No mês passado, os embarques de carne bovina somaram US$ 335 milhões, um desempenho 14% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (15/12) pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exortadoras de Carnes (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca. Em volume, o resultado manteve a trajetória de queda registrada ao longo de 2008 e recuou outros 34%, somando 83 mil toneladas no mês passado.

A queda na receita das exportações no mês passado é o primeiro sinal dos efeitos da crise financeira internacional, que até outubro ainda não havia sido sentida pelos exportadores brasileiros. “Essa foi a primeira vez em muito tempo que tivemos uma retração na receita das exportações em comparação com igual mês do ano anterior, o que já é um reflexo da crise internacional e, principalmente, queda nas vendas para a Rússia, que foi bastante atingida pela retração do crédito”, disse.

Com o resultado do mês passado, as vendas externas de carne bovina acumulam entre janeiro e novembro uma receita de US$ 5,01 bilhões, desempenho que supera em 22% o resultado obtido no mesmo período do ano passado.

Nos onze meses de 2008 foram embarcadas 2,02 milhões de toneladas de equivalente carcaça ou 1,29 milhão de toneladas, o que, em ambos os casos, representam uma retração de 14% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Apesar do resultado em receita negativo no mês de novembro, Giannetti considera que 2008 foi positivo para os exportadores. Para 2009, o executivo não arriscou estimar qual será o desempenho da indústria, mas considera que as exportações do setor terão um piso de US$ 5 bilhões, podendo oscilar até US$ 5,5 bilhões.

“A situação da Rússia é preocupante, pois é nosso maior mercado e está sentindo os efeitos da crise. Mesmo assim, a diversificação de mercados que temos e a possibilidade de a União Européia ampliar ainda mais as importações nos coloca numa condição para não sentir tantos os impactos da crise”, disse Giannetti.

Para ele, as dificuldades com a Rússia vão continuar “por alguns meses. Mas a Rússia não é o único problema. Outros importantes clientes do Brasil são Venezuela, Irã, Argélia, Egito e Hong Kong, todos emergentes, que sofrem hoje, em alguns casos, com a queda dos preços do petróleo. “Apesar de ter 33% das exportações mundiais, o Brasil não está nos desenvolvidos”, observou.

A expectativa de Giannetti é de que o mercado europeu encerre o ano importando do Brasil entre 100 mil e 120 mil toneladas de carne bovina. Para 2009, a expectativa é de que pelo menos 200 mil toneladas de carne bovina brasileira entrem no mercado europeu, com o aumento do número de fazendas habilitadas a terem seus animais destinados para o bloco.

Outro mercado que os frigoríficos estão apostando é o Chile, país que já foi um dos maiores clientes da carne brasileira. A missão técnica chilena encerrou na semana passada as vistorias em 18 plantas para voltar a comprar do Brasil. As exportações para o mercado chileno foram suspensas em 2005, por conta dos casos de febre aftosa no Paraná e Mato Grosso do Sul.

As informações são da Agência Estado e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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