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Apesar de queda no lucro, JBS defende política de hedge cambial

Grande responsável pela queda de quase 70% do lucro líquido da JBS no segundo trimestre, a política de hedge cambial foi defendida pelo CEO da empresa, Wesley Batista, que disse que as incertezas na economia global e brasileira justificam maior proteção à exposição que a JBS tem ao dólar.

No segundo trimestre, a JBS teve um lucro de R$ 80,1 milhões, redução de 68,5% na comparação com o lucro de R$ 254,3 milhões reportados em igual período do ano passado.

O resultado, divulgado no fim da noite de quinta-feira, ficou bem abaixo do que o mercado esperava. Em reação ao balanço, as ações da JBS registravam queda de 2,8% na BM&FBovespa por volta das 16h10min, cotadas a R$ 15,26. Trata-se da sexta maior queda entre os papéis que compõem o índice Ibovespa.

Em teleconferência com analistas e investidores para comentar os resultados do segundo trimestre, Batista disse que o custo para manter — “carregar” — os derivativos de hedge cambial pode parecer alto, em torno de 15%, mas ele é conhecido, ao contrário do que ocorre com o câmbio, mais instável diante da crise econômica no Brasil e das alterações macroeconômicas no mundo, tais como a esperada alta da taxa de juros nos EUA e as mudanças recentes na política cambial na China.

Até 2014, a JBS fazia hedge da toda a exposição cambial na empresa controladora, explicou. Agora, porém, a empresa também faz o hedge da exposição cambial das empresas controladas. “Passamos um ano inteiro ‘hedgeando’ a exposição da controladora. [Mas] olhamos o mercado e achamos que estar exposto ao dólar não é prudente. [Então], decidimos fazer o hedge das controladas”, disse.

Ele também reforçou que a política de hedge da empresa resulta do entendimento de que outras alternativas não são eficientes. Entre elas, citou a contabilidade de hedge — “hedge accounting” — ou mesmo o “hedge natural”, quando empresas exportadoras não fazem proteção cambial por julgar que as vendas em dólar já exercem a função de hedge.

Na avaliação de Batista, a contabilidade de hedge só dilui a variação cambial no tempo, não resolvendo seus impactos. No caso do “hedge natural”, ele afirmou que nem sempre é eficaz, uma vez que os preços em dólar das exportações muitas vezes caem com a desvalorização do real.

Além disso, o empresário indicou que a JBS dever ganhar com derivativos no terceiro trimestre, o que pode reverter a perda de cerca de R$ 2 bilhões reportada no segundo trimestre. Isso deve ocorrer porque na contramão do período de abril a junho, quando o dólar se desvalorizou sobre o real – a moeda americana está mais valorizada neste trimestre.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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