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Após forte recuo, Abiec prevê recuperação

Os exportadores de carne bovina do Brasil amargaram em janeiro o pior resultado mensal em vários anos, com o setor aparecendo como um dos mais afetados pela crise de crédito entre os que compõem o agronegócio. Mas a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) vê indícios de uma recuperação dos embarques.

Os exportadores de carne bovina do Brasil amargaram em janeiro o pior resultado mensal em vários anos, com o setor aparecendo como um dos mais afetados pela crise de crédito entre os que compõem o agronegócio. Mas a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) vê indícios de uma recuperação dos embarques.

O diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado, explicou que os frigoríficos de bovinos, em especial, utilizam bastante os ACCs (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) como capital de giro em suas operações. Com a crise, o financiamento via ACC continua muito mais caro e seletivo.

“Falta crédito para financiar a exportação e também falta crédito para o importador”, disse ele à Reuters, lembrando que também no exterior os compradores enfrentam dificuldades para financiar seus negócios.

As exportações de carne bovina in natura do Brasil, caíram em janeiro 38% em volume, para 56,6 mil toneladas, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e em receita despencaram 54%, para 168 milhões de dólares.

Vale lembrar que em janeiro de 2008 as exportações foram recordes com grande volume sendo enviado para a Europa, pois sentindo que o bloco iria aumentar as exigências para a importação do produto brasileiro, os compradores europeus aumentaram o número de negócios.

Esse volume mensal exportado de carne in natura em janeiro foi o mais baixo desde fevereiro de 2004, quando o país exportou 54.200 toneladas.

Já os embarques de carne industrializada, segundo a Abiec, caíram em janeiro 30%, para 13 mil toneladas, e em valores tiveram redução de 21%, para 54,7 milhões de dólares.

A queda drástica nas exportações em relação aos melhores meses de 2008 pode ser explicada também por outras questões. Segundo o diretor-executivo, muitos países reduziram as exportações porque buscaram queimar estoques. “Estoque também é custo. Ele (importador) precisa de financiamento e começou a queimar estoques.”

Justamente pelo fato de os estoques estarem sendo reduzidos nos países importadores, a Abiec já começou a notar uma ligeira recuperação das exportações brasileiras. Apesar do resultado geral ruim em janeiro, a associação registrou um aumento nas vendas para a Rússia, tradicionalmente o principal destino da carne brasileira.

Em relação a dezembro, um mês também crítico para o setor, as exportações para a Rússia aumentaram 20,2%, em valor, ou cerca de 7 milhões de dólares. Em volumes, os embarques subiram 33%, ou 5,3 mil toneladas, segundo o executivo. “O mercado está reagindo, e o primeiro a mostrar isso foi a Rússia, e é natural que seja Rússia porque teve quedas e problemas acentuados.”

O representante da Abiec, entretanto, ponderou que a entidade não espera uma normalidade dos embarques do Brasil antes do segundo semestre. Outro fator que pode servir também de estímulo para os exportadores é o câmbio, que permitirá ao setor obter mais reais com suas vendas, compensando em parte a queda do preço em dólar com a crise, segundo Cançado.

As informações são de Roberto Samora da Reuters, publicadas no Estado Online, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Carlos Alberto Ribeiro Campos Gradim disse:

    Por enquanto, qualquer recuperação significativa é mera torcida. Portanto, atenção total aos custos e mais integração entre os diversos elos de nossa cadeia são mais críticos do que nunca.