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Após recorde em 2023, exportação de carne da Argentina vive incerteza

As exportações de carne bovina da Argentina bateram recorde em 2023, a despeito das retenciones (taxas sobre vendas internacionais) e outras medidas do governo local para tentar frear os preços no mercado interno. Este ano, no entanto, é possível que os ventos da incerteza forcem a pecuária argentina a dar um passo atrás.

Os embarques de carne bovina (com osso e desossada) da Argentina somaram 682 mil toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina compilados pela consultoria Safras & Mercado. O volume é 7,7% maior que as 633 mil toneladas exportadas em 2022.

“Esse crescimento está muito atrelado à China, que comprou 73% da carne sem osso e praticamente toda a carne com osso vendida pela Argentina”, afirmou o analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, à reportagem.

Atualmente, a Argentina atende uma demanda chinesa diferente da que chega ao Brasil: os animais exportados são, em sua maioria, fêmeas de descarte, com idade acima de 40 meses. Aos pecuaristas brasileiros, o mercado chinês pede animais jovens, de até 30 meses.

Um dos fatores que permitiram que os argentinos exportassem mais em meio à crise foi um “discreto” aumento da produção local, segundo o analista.

Em seu último relatório, de 12 de janeiro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou aumento de 5,1% na produção de carne bovina e de bezerro na Argentina, para 3,3 milhões de toneladas. E uma alta de 4,7% no consumo interno, para 2,43 milhões de toneladas.

“A deterioração do poder de compra da população argentina diminui a capacidade de manter essa carne no mercado doméstico”, disse o diretor da consultoria HN Agro, Hyberville Neto.

Segundo Yago Travagini, líder de proteína animal da Agrifatto, as medidas do governo para limitar as exportações foram mais da boca para fora, pois nem todos os nove cortes de carne que tiveram exportação suspensa eram, de fato, demandados pelo mercado interno.
A aposta dos analistas é que as exportações do país fiquem estáveis ou caiam este ano, com a oferta sentindo os reflexos da interferência estatal na pecuária e do La Niña em 2023. “É difícil prever como esse mercado vai se comportar. Temos que acompanhar o desenrolar do cenário macroeconômico”, disse Hyberville Neto.

Para Travagini, da Agrifatto, há duas forças opostas: uma tendência de oferta de gado menor na Argentina, com o início do período de retenção de matrizes, e a liberação total das exportações. “Acredito em estagnação, até porque a China não está muito bem das pernas para aumentar importações.

Fonte: Globo Rural.

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