
Os fechamentos de mercados que afetaram os resultados de empresas de carnes no terceiro trimestre foram revertidos nos últimos meses, o que deve dar um alívio aos balanços do setor neste último trimestre. Já o ciclo de baixa oferta de gado bovino nos EUA, que atingiu particularmente a JBS, não deve ser revertido tão cedo.
De julho a setembro, as companhias ainda sentiram os efeitos do foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS), o que manteve China e União Europeia ausentes das compras de aves do país até pouco tempo. As menores exportações afetaram as margens da MBRF, e da Seara, da JBS.
As exportações de frango à UE foram reabertas em setembro e para a China, em novembro. “O perfil [do desempenho] no terceiro trimestre foi único, e as tendências [para os próximos resultados] são diferentes com a reabertura [dos mercados] do frango”, disse Renata Cabral, analista do Citi.
No caso da JBS, o Ebitda de sua operação de frango no terceiro trimestre nos Estados Unidos tampouco compensou. Demanda abaixo do esperado e aumento da oferta resultaram em queda dos preços e das margens da Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, segundo o head de agro, alimentos e bebidas da XP, Leonardo Alencar.
“Deveria haver ‘trade down’ [migração do consumo de carne vermelha, mais cara, para a de frango], o que não está acontecendo”, disse Alencar sobre os EUA.
No mercado de carne bovina dos EUA, tanto a National Beef, da MBRF, quanto a JBS Beef tiveram margens menores, sob pressão de preços altos do gado. E esses negócios ainda devem atravessar mais um período de aperto, já que a perspectiva é de melhora da oferta de bovinos só em 2027.
Fonte: Globo Rural.