Após assumir uma estratégia agressiva durante o ano passado, apostando na diversificação e investindo em aquisições, na última sexta-feira, o grupo Arantes entrou com com pedido de recuperação judicial. Segundo o advogado Geraldo Gouveia Júnior, do escritório Advocacia De Luizi, que representa o grupo, o valor da dívida é de R$ 1,5 bilhão, refentes a débitos com fornecedores, títulos externos, bancos e trabalhistas de dez empresas do grupo Arantes, incluindo a Arantes Alimentos.
Após assumir uma estratégia agressiva durante o ano passado, apostando na diversificação e investindo em aquisições, na última sexta-feira, o grupo Arantes entrou com com pedido de recuperação judicial. Segundo o advogado Geraldo Gouveia Júnior, do escritório Advocacia De Luizi, que representa o grupo, o valor da dívida é de R$ 1,5 bilhão, refentes a débitos com fornecedores, títulos externos, bancos e trabalhistas de dez empresas do grupo Arantes, incluindo a Arantes Alimentos.
Segundo Gouveia, as causas que levaram à situação atual e ao pedido foram a desvalorização cambial, operações com derivativos, restrição de crédito por causa da crise financeira internacional e queda de pedidos de produtos. As perdas com derivativos do Arantes são estimadas entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões, informou ele.
A estratégia agressiva de expansão do grupo, que desde o fim de 2007 adquiriu a Hans, a Eder e a Frango Sertanejo, também acabou interferindo, num momento de crédito escasso. Na avaliação dos advogados, as novas aquisições “não estavam devidamente estruturadas para enfrentar a crise”. De acordo com Gouveia, só nos últimos meses, por conta da crise, o grupo “perdeu linhas [de crédito] de curto prazo de R$ 100 milhões”.
Na semana passada, a Fitch rebaixou o rating de probabilidade de inadimplência da Arantes Alimentos em moedas local e estrangeira, além do Rating em Escala Nacional. Também rebaixou o rating do eurobônus de US$ 150 milhões, que a empresa captou em meados de 2008. Um dos motivos que motivou esse rebaixamento foi o não pagamento, em 19 de dezembro, dos juros de US$ 8 milhões referentes à emissão de notas seniores sem garantia. A Arantes informou a credores que faria o pagamento no último dia 10, mas não o fez.
O plano de recuperação do Arantes, a ser apresentado após o deferimento do pedido à Justiça, deve incluir a paralisação de unidades.
Só entre o fim de 2007 e em 2008, a Arantes Alimentos deixou de atuar apenas no setor de bovinos e investiu cerca de R$ 400 milhões na compra do Frigo Eder, tradicional indústria de embutidos paulistana, da marca Hans e da unidade da empresa em Jundiaí, além da Frango Sertanejo. Também arrendou por dez anos a fábrica de beef jerky da IFC – International Food Company – em Itupeva (SP).
De acordo com a Fitch Ratings, a “agressiva estratégia da empresa de expandir seus negócios pela aquisição de novas plantas e de outros produtores e a crescente necessidade de capital de giro obrigaram-na a refinanciar dívidas de curto prazo”. Ocorre que refinanciar tais dívidas ficou mais difícil diante das restrições de crédito.
A Arantes é a quinta empresa que atua em carne bovina a entrar com pedido de recuperação judicial no país desde o fim do ano passado. As demais foram Frigoestrela, Margen, IFC e Quatro Marcos. E outros pedidos devem surgir devido as restrições de crédito e queda nas exportações por causa da crise, além disso os frigoríficos vêm enfrentando escassez de gado para abate, acreditam analistas do setor.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida adaptada pela Equipe BeefPoint.
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A unica coisa que desejo a todos, empresarios, funcionarios e pecuarista, é que o Arantes Alimentos consiga a autorização para recuperação judicial.
Um abraço
Gostaria de parabenizar nosso amigo Evandro, pelo comentário.
Assino em baixo.
Ótimo comentário do Sr. Evandro de Guarulhos-sp. Ele disse tudo. Não há nada mais a acrescentar.
Só esperamos que esta crise sirva de lição a todos.
Arantes! Não é aquele mesmo dono do Frigoalta, que deu um baita prejuízo, principalmente aqui em Goiás?!
Frigoalta 2, esse o nome do filme?
Concordo com o Marcos Martins, teríamos que dizer:
– Esse pessoal do arantes de novo, será uma maneira ou golpe que descobriram para ganhar dinheiro? Faliram o Frigoalta e logo depois aparece a Arantes Alimentos com um baita investimento desses e depois pedem “novamente” arrego? Frigoalta, Arantes Alimentos, qual será próxima?
Pessoal acorde!
Todos os produtores merecem uma atenção especial na hora de realizar suas vendas, se não, ficarão a ver navios como muitos assim estão. Pois a forma de venda aos frigoríficos é totalmente insegura. E não vejo nenhuma ação das entidades que nos representam e até do próprio governo em estar sanando e possibilitando segurança aos produtores.
Parabéns ao Evandro, ao Plínio e ao Amauri, temos que nos unir. Basta de malandragem.
Olhando o passado, creio que é só uma fase ruim e que será superada.