Arantes: pecuaristas de Pontes e Lacerda aceitam acordo

Em reunião realizada no último sábado (25/04) na sede do Sindicato Rural de Pontes e Lacerda/MT, pecuaristas e representantes do frigorífico Arantes, chegaram a um acordo, por meio de um termo de credenciamento, para o recebimento dos valores (do gado entregue para abate) atrasados.

Segundo o presidente do Sindicato Rural e representante dos credores, Ogerson Teodoro da Silva, a unidade frigorífica que está em processo de Recuperação Judicial (RJ), enviou dois compradores, representando a empresa, que fizeram o acordo de que haverá o parcelamento das dívidas em até no máximo um ano conforme os valores. A proposta foi aceita pelos 34 pecuaristas presentes que assinaram o documento. “Acredito que eles (frigorífico) estejam com boa intenção em quitar essa dívida. Mesmo porque foram eles que nos procuraram e querem manter o funcionamento”, afirmou.

O montante que os produtores têm a receber da empresa chega a R$ 4,4 milhões. Antes do compromisso os compradores vinham pagando apenas os produtores que abatiam. Eram efetuados pagamentos à vista mais 10% dos valores atrasados. Após a reunião ficou acertado que para os credores até R$20 mil o pagamento será feito em quatro parcelas; de R$ 20 mil a R$ 50 mil serão em seis parcelas; de R$ 50 mil a R$ 100 mil, em oito parcelas e acima de R$ 100 mil serão doze. Todos com o pagamento da primeira parcela previsto para o dia 7 de maio.

De acordo com Teodoro, o frigorífico Arantes, que tem capacidade para abater de 700 a 800 animais/dia, esteve com suas atividades interrompidas por dois meses, o que gerou grandes transtornos como redução quase que total nos postos de trabalho e prejuízos para os produtores. “Foram complicados esses últimos meses, produtores estavam tendo que vender para abatedouros que ficam distantes mais de 150 km, isto eleva o custo, sem contar os preços, que eram formados por eles (compradores)”.

O presidente ainda ressaltou que muitos produtores aguardam o andamento do processo judicial do Independência, que tem um débito a saldar com pecuaristas da região de R$ 9 milhões.

Embora a situação ainda não esteja resolvida, o funcionamento do Grupo Arantes começa a se normalizar. Segundo Teodoro, nessa segunda-feira a empresa já fez aquisições de animais com pagamentos à vista, fechando o preço da arroba do boi em R$ 67,00. “Me parece que o setor aos poucos começa a voltar à sua normalidade. Temos informações que em breve outras unidades também estarão funcionando. Vamos torcer por isso”.

Para o diretor-tesoureiro da Famato, Eduardo Alves Ferreira Neto, iniciativas como essas são importantes para o setor superar as adversidades que atravessa neste momento. “Sempre orientamos o produtor que a primeira atitude a adotar deve ser o diálogo”.

As informações são da Famato, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.