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Arantes tenta reaproximação com credores

O frigorífico Arantes, que pediu recuperação judicial em janeiro, agora procura uma reaproximação com os credores. Diz que deseja um acordo com os bancos e que aceita até vender o grupo para se livrar das dívidas.

O frigorífico Arantes, que pediu recuperação judicial em janeiro, agora procura uma reaproximação com os credores. Diz que deseja um acordo com os bancos e que aceita até vender o grupo para se livrar das dívidas.

O grupo deve R$ 1,1 bilhão a 24 bancos – o débito total é de R$ 1,3 bilhão. “Nossa intenção é sair do problema”, afirma Aderbal Arantes. “Se precisar vender parte, vendemos. Se precisar vender tudo, fazemos também. Só acho que agora o momento não é bom, porque as empresas do grupo estão muito depreciadas. O melhor seria remontar o grupo e negociar melhor lá na frente.”

Dono de marcas conhecidas, como Frigo Hans, Frigo Eder e Frango Sertanejo, o Arantes faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado. Nos últimos dois meses, o grupo demitiu cerca de 3 mil pessoas e parou oito de suas treze unidades. Contratou a consultoria PricewaterhouseCoopers para prestar assessoria na reestruturação e na negociação com os credores. E o primeiro passo é reatar o diálogo com os bancos.

O relacionamento com eles azedou desde que o Arantes conseguiu levar a recuperação judicial para Nova Monte Verde, cidade de 8 mil habitantes no interior de Mato Grosso. O caso tem muitos pontos polêmicos. Um deles é a própria escolha da cidade, já que a sede do grupo fica em São José do Rio Preto (SP).

Os bancos entenderam essa opção como uma manobra para dificultar a defesa dos credores. A suspeita foi reforçada no mês passado, quando uma sentença enviada por fax pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso sumiu no cartório de Nova Monte Verde, induzindo a erro o então juiz responsável pelo caso. Por causa do erro, o magistrado determinou o bloqueio de R$ 300 milhões dos bancos credores do Arantes.

“Não houve má-fé na escolha da cidade”, afirma Aderbal Arantes. “Decidimos entrar em Nova Monte Verde porque lá fica nossa unidade mais importante e porque lá está a maioria de nossos credores (os criadores de gado).” Com a recuperação judicial emperrada na Justiça, Arantes afirma que deseja virar essa página.

Na semana passada, a Price reuniu os bancos para apresentar informações e iniciar o processo de reaproximação. “Dentro de aproximadamente duas semanas queremos chamar os bancos para uma segunda reunião e apresentar uma proposta”, afirma Francisco Brandão, da Price. “Queremos negociar, dentro ou fora de um processo de recuperação judicial.”

Até o aprofundamento da crise global, o grupo Arantes era tratado como uma estrela emergente pelo mercado financeiro. Pilotado pelo Bradesco, pelo Santander e pelo Credit Suisse, o grupo iniciou, dois anos atrás, um agressivo plano de crescimento e diversificação. Nesse período, foram investidos cerca de R$ 400 milhões.

A ideia era fazer o grupo crescer e buscar uma fusão com um outro frigorífico em novembro passado. A última etapa do plano era abrir o capital na Bolsa de Valores de São Paulo, captar uma bolada e repartir os lucros. A crise, porém, chegou antes.

A matéria é de David Friedlander, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. antonio batista fernandes disse:

    Como se reparte lucro, se o mesmo setor não da lucros a muitos anos, os frigorificos deixaram de fazer conta para ganhar dinheiro, o ramo de frigorificos no país, não é nada mais do que grandes sonhos alimentados por dinheiro facíl, dos bancos e o governo ainda coloca mais dinheiro nesses grandes que nunca deixaram os pequenos crescerem, queriam tudo para eles e ainda hoje é assim infelizmente.

  2. Marcio Yoshio disse:

    Espero que o Grupo Arantes se recupere o mais rápido possível, assim poderá pagar as verbas rescisórias das centenas de ex-funcionários que foram demitidos antes do pedido de recuperação judicial.

  3. Claudio Augusto Paliarin disse:

    Seu Antonio, achei perfeito seu comentario, so faltou dizer quanto ao sonhos alimentados acrescentar ai entre bancos e governo o pecuarista.