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Área do Pará será declarada livre de febre aftosa

Nos próximos quatro anos, o Pará deverá se tornar o maior produtor de carne do Brasil – hoje, ocupa a quarta colocação -. Esse prognóstico já vem sendo feito há algum tempo pelo pecuarista Marcos Marcelino, um dos principais criadores de Nelore do país e que há 14 anos implantou no município paraense de Ipixuna a primeira central de embriões de todo o Norte e Nordeste, a Campo de Boi.

A convicção de Marcelino aumentou depois que o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) decidiu recentemente que a área 1 do Pará, com 43 municípios e que concentra 75% do rebanho estadual – quase 11 milhões de cabeças – passará a ser considerada livre de aftosa com vacinação.

Com essa decisão, segundo Marcelino, o Pará deverá aumentar significativamente suas exportações para a Europa e Estados Unidos, em razão de sua maior proximidade com esses mercados. Ele ressalta a qualidade da carne paraense, com o gado criado no pasto, sem necessidade de confinamentos.

Benedito Mutran Filho, outro grande criador paraense de Nelore, com vários prêmios nacionais, inclusive o de melhor criador dessa raça de gado, respalda as afirmativas de Marcelino. Segundo Mutran, as condições climáticas no Estado, principalmente em suas regiões sul e sudeste, são ideais para a criação de gado. “Temos uma intensidade solar que deixa as vacas altamente produtivas, com uma fertilidade extraordinária”, afirma Mutran.

“Eu também não tenho dúvida de que muito cedo o Pará deverá ter o primeiro rebanho nacional, mas o que importa mesmo é que hoje o nosso rebanho já é o melhor do Brasil. Por isso vamos nos tornar um grande exportador de carne”, acrescenta Mutran.

Investimentos

Para se livrar da febre aftosa, que nos últimos anos impediu que a pecuária paraense crescesse em ritmo mais acelerado, o Pará investiu R$ 36 milhões nos últimos dez anos, incluindo recursos da União, do Estado e da iniciativa privada. Só a Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Pará), que começou a funcionar oficialmente em janeiro de 2003, investiu R$ 16 milhões.

Assim que for divulgado oficialmente o relatório do Ministério da Agricultura, confirmando a liberação da região que concentra a maior parte do rebanho paraense, o Pará vai partir para obter o reconhecimento internacional dessa condição. Esse pedido será apresentado primeiro em fevereiro próximo, na reunião da comissão técnica da OIE (Organização Internacional de Epizootias). Em seguida, o pedido terá de passar pela OIE, que se reunirá em fórum internacional em maio de 2004.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Raimundo José Pinto), adaptado por Equipe BeefPoint

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