ARG: crise do setor já se reflete nos preços da carne

A Câmara da Indústria e Comércio de Carnes (CICCRA) da Argentina divulgou um relatório que informa que a carne bovina registrou um aumento interanual de 75% nas prateleiras e destacou que os preços do gado em pé tiveram uma alta de 91% com relação ao ano anterior.

A consequência desse forte aumento de preços é que o consumo per capita caiu cerca de 20%. Dos 69 quilos por habitante que se computavam no final de 2009, hoje o consumo por habitante ronda os 57 quilos.

Em seu relatório mensal, a CICCRA vinculou esses dados ao “resultado da política” feita pelo Governo argentino e disse que, além disso, o rebanho bovino caiu em 15% desde 2007, após contabilizar uma perda de 9,4 milhões de cabeças em seus rebanhos.

O presidente da CICCRA, Miguel Schiariti, disse que a atividade dos frigoríficos “enfrenta a mais dura crise estrutural de sua história”. Segundo ele, a recuperação da cadeia produtiva precisará de, pelo menos, seis anos.

“Como é possível que a Argentina tenha deixado de atender a crescente demanda internacional de carne bovina, tenha descumprido contratos e praticamente tenha abandonado suas exportações? Como pode estar padecendo sua pior crise estrutural?”.

Por outro lado, o Governo admitiu que levará “pelo menos cinco anos” para recompor a perda de 8 milhões de bovinos do rebanho bovino registrada desde 2007, segundo indicou o secretário de Agricultura, Lorenzo Basso. Para ele, a possibilidade de importar carne, especialmente dos países vizinhos, “é um engano absoluto” porque “o consumidor (argentino) orienta sua dieta a outros substitutos”.

Ao falar no Congresso Mundial de Carnes, ocorrido em Palermo nessa semana, ele disse que se a demanda doméstica de carne bovina se mantiver em 55 quilos anuais por habitante, o país vai aumentar os saldos exportáveis.

A reportagem é do Clarin.com, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.