O projeto em estudo - que teria a aprovação do secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno - contempla a criação de um fundo compensador que permita manter estáveis os preços da carne nas gôndolas argentinas.
Um possível subsídio cruzado da exportação à produção para evitar o aumento do preço da carne no mercado doméstico, no qual estão trabalhando conjuntamente o Governo da Argentina, o Consórcio de Exportadores de Carne (ABC), a Sociedade Rural e a Coninagro, gerou um forte rechaço em outras entidades empresariais e na produção.
O projeto em estudo – que teria a aprovação do secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno – contempla a criação de um fundo compensador que permita manter estáveis os preços da carne nas gôndolas argentinas. Este fundo seria formado com dinheiro originado de um aumento nos impostos às exportações de alguns cortes, possivelmente de 4%, e com um forte aporte do Estado (que superaria os US$ 200 milhões).
Conceitualmente, o esquema seria similar ao determinado pela cadeia leiteira da Argentina em dezembro. Por esse acordo, foi fixado um preço de exportação da tonelada de leite em pó de US$ 2100. Quando os valores internacionais superam esse preço, a diferença vai para um fundo que permitirá melhorar o preço que os produtores recebem pela matéria-prima.
A carne tem uma ponderação de 4,5% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e seu aumento repercute fortemente na inflação. Por isso, para evitar aumentos no valor do gado em pé, o Governo vem virtualmente intervindo no Mercado de Liniers desde novembro, quando instalou no principal mercado de gado da Argentina uma lista de preços máximos.
Os impulsionadores da iniciativa esperavam chegar a um consenso rápido para poder apresentar a proposta ao chefe do Gabinete, Alberto Fernández, na reunião que as entidades ruralistas terão nesta semana. No entanto, as diferenças estão aumentando os tempos, já que vários dirigentes da indústria e da produção fizeram fortes questionamentos.
A reportagem é de Ricardo Agusti para o jornal argentino La Nación.