As quatro maiores associações ruralistas da Argentina ameaçam realizar um novo locaute agropecuário para exigir que a presidente Cristina Kirchner mude as políticas do governo para a agricultura. Os ruralistas estão insatisfeitos com a falta de resposta do governo sobre suas reivindicações.
As quatro maiores associações ruralistas da Argentina ameaçam realizar um novo locaute agropecuário para exigir que a presidente Cristina Kirchner mude as políticas do governo para a agricultura. Os ruralistas estão insatisfeitos com a falta de resposta do governo sobre suas reivindicações.
Os ruralistas esperam a realização de uma reunião, na terça-feira, com o ministro da Agricultura, Julián Domínguez, para definir a retomada dos protestos na próxima semana. No encontro, eles pedirão a liberação do mercado de carne, o pagamento do preço internacional aos produtores de trigo e soluções para a falta de estímulo à pecuária e à produção de leite.
Desde 2008, os ruralistas realizaram vários locautes, incluindo piquetes nas estradas, manifestações e os maiores protestos do setor nos últimos 27 anos. Os locautes provocaram desabastecimento de alimentos, causaram o aumento da inflação e infligiram ao governo uma dura queda da arrecadação tributária. Na época, os ruralistas protestavam contra o “tarifaço agrário” que Cristina pretendia adotar.
A mobilização ruralista provocou uma redução drástica da popularidade da presidente – de 55% para 20% de aprovação. A crise aumentou também a popularidade dos líderes ruralistas e vários deles foram eleitos no ano passado para o Parlamento pela oposição.
Mercado Abalado
Abalada pela tentativa de intervenção do governo da presidente Cristina no Banco Central, a Bolsa de Buenos Aires caiu ontem 1,63%. Em meio à turbulência política e a incerteza sobre a permanência do presidente do BC, Martín Redrado, todos os títulos da dívida pública caíram, chegando a 4,5%. Simultaneamente, a taxa de risco do país aumentou 3,1%. O nervosismo tomou conta dos mercados em meio à preocupação sobre a capacidade do governo da presidente Cristina de cumprir os pagamentos da dívida pública.
A matéria é de Ariel Palácios, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.