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Argentina: abate de bezerros diminui produção de carne

A Argentina produzirá neste ano cerca de 250.000 toneladas a menos de carne, cerca de 10% de sua oferta, devido à flexibilização que - por pressão das entidades rurais - dispôs o Governo ao peso mínimo ao abate. Esta decisão marcou um forte regresso dos bezerros ao mercado de consumo massivo. No primeiro quadrimestre de 2007, o abate de bovinos mais jovens representou 12% do total.

A Argentina produzirá neste ano cerca de 250.000 toneladas a menos de carne, cerca de 10% de sua oferta, devido à flexibilização que – por pressão das entidades rurais – dispôs o Governo ao peso mínimo ao abate. Segundo o jornal Clarín, esta decisão marcou um forte regresso dos bezerros ao mercado de consumo massivo. No primeiro quadrimestre de 2007, o abate de bovinos mais jovens representou 12% do total.

Dados oficiais mostram que 745.000 bezerros e bezerras foram abatidos pelos frigoríficos entre janeiro e abril. Este número é 93% superior ao do ano passado. Em comparação, caiu cerca de 10% o abate de novilhos. Claramente a carne tenra dos animais que não chegam aos 300 quilos e aos dois anos de vida voltou a ganhar posição nas geladeiras em detrimento dos animais mais pesados.

Em novembro de 2005, o Governo tinha proibido o abate de bezerros. A lógica era que deixando os animais mais tempo no campo, esses ganhariam mais peso e se produziria maior volume de carne sem abater mais cabeças. Porém, após fortes disputas com as entidades pecuárias, o secretário da Agricultura, Javier de Urquiza, decidiu retroceder. O peso mínimo ao abate, que deveria ser de menos de 280 kg por animal, se reduziu para 240 kg e assim ficará até o final do ano.

No primeiro quadrimestre do ano, as estatísticas mostraram que o peso médio da rês na saída dos frigoríficos se reduziu para 215 kg, o valor mais baixo desde 2004. Em momentos em que regia o peso mínimo do abate, este peso médio chegou a 232 kg. Em pouco tempo, se perderam 17 kg de carne por animal.

Considerando os abates projetados para 2007 de cerca de 14 milhões de bovinos, a produção de carne se reduziria em quase 250.000 toneladas ao longo do ano. Isso significa metade das exportações projetadas.

De acordo com dados oficiais, no primeiro quadrimestre do ano, a produção de carne na Argentina foi de 972.000 toneladas, 3,4% a menos que no mesmo período de 2006. A queda só não foi maior porque o número de animais abatidos cresceu 7,75%, para 4,46 milhões de cabeças. Entre janeiro e abril também se abateram 17,6% mais fêmeas do que em 2006.

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  1. Victor Andreas Walzberg disse:

    Esse artigo deve ser visto por um ângulo diferente daquele que enfoca a redução no volume de carne produzida. O que está muito claro é que o mercado na Argentina prefere carne macia, uma tendência de mercado muito forte, a ponto do governo ter recuado de tentar mudá-la por decreto.

    Um sinal para todos que atuam na pecuária: o mercado valoriza a carne macia dos animais jovens, e é no sentido de aumentar o valor do produto nacional, tanto para exportação como para o mercado nacional, que toda a cadeia deve fazer esforços para atender esta demanda.

    Um desafio em dobro para o Brasil, depois de tantos anos abatendo fêmeas.

  2. Juan Ignacio Peyrou Soares de Lima disse:

    La verdad es que me cuesta mucho aceptar un razonamiento tan limitado. La caren es pasto y grano trasformado; no importa qué edad tenga en la faena, sino cuánto pasto y grano se destina a la producción de carne; en todo caso el animal más joven es un conversor más eficiente que el vijo, y a igual oferta de energía en forraje, mayor será la carne producida.

    Argentina evidencia una caida de la producción justo cuando la carne vale más no por la edad de faena, sino por la inestabilidad e inseguridad jurídica que el gobierno introdujo en la economía pero especialmente en el negocio ganadero. La confianza se pierde rápidamente y cuesta mucho recuperarla. Veamos cuánto tiempo les lleva a los inversores volver a creer que el gobierno no alterará las reglas del acuerdo