Argentina: acordo não agrada produtores

Na semana passada, finalmente foi firmado o acordo sobre os preços da carne entre o Governo da Argentina, algumas das principais entidades pecuárias e as câmaras de frigoríficos. No entanto tudo parece indicar que o acordo não trará grandes soluções ao conflito que acomete o setor, sobretudo considerando que a Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (CARBAP) e a Confederação Rural Argentina (CRA) não concordaram o acordo.

Na semana passada, finalmente foi firmado o acordo sobre os preços da carne entre o Governo da Argentina, algumas das principais entidades pecuárias e as câmaras de frigoríficos. No entanto, reportagem do site E-campo afirma que tudo parece indicar que o acordo não trará grandes soluções ao conflito que acomete o setor, sobretudo considerando que a Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (CARBAP) e a Confederação Rural Argentina (CRA) não puseram um fim à parada que manteriam até segunda-feira e não firmaram o acordo.

A versão oficial afirma que o acordo busca normalizar a comercialização de gado e carnes sem aplicar bandas de preços, mas sim, valores médios de referência. Isso seria positivo porque os preços máximos estabelecem tetos para o preço, enquanto os valores médios não. Ainda assim, esses valores médios do gado foram determinados entre 5% e 20% acima dos preços máximos determinados pela Secretaria do Comércio Interior no último bimestre de 2006.

A versão oficial afirma em tom otimista que com este acordo são retirados os controles do mercado ao se instaurar até o final do ano “preços de referência”, maiores do que os fixados inicialmente, aprovados por um consenso.

No entanto, os dirigentes da CARBAP e da CRA faltaram ao encontro oficial, quando foi fechado o acordo, e decidiram persistir na decisão da parada e não assinaram o acordo. Eles disseram que remeterão à ministra da Economia, Felisa Miceli, sua própria visão da realidade do negócio pecuário e as alternativas que pensaram para sair do conflito. Eles são enérgicos no que pedem e não deixam de insistir na liberalização total dos mercados de gado, agilização dos requisitos para exportar e modernização do sistema de comercialização para vender a carne diretamente em cortes.

Para a CARBAP, o acordo firmado “resulta simplesmente em uma expressão de bons desejos inviáveis e de difícil implementação. Somente atualiza parcialmente os até hoje chamados de ‘preços sugeridos’ e que a partir de agora serão chamados de ‘valores médios de referência’, eufemismo para um conceito que permanece firme e que não significa pôr em vigência a liberação dos preços do gado em pé”.

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