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8 de março de 2002

Argentina ainda não reconheceu o novo foco de aftosa

Uma nova suspeita de foco de febre aftosa na fronteira do Rio Grande do Sul deixou em alerta as autoridades sanitárias do Estado. A Secretaria da Agricultura comunicou na última terça-feira ao Ministério e ao Centro Panamericano de Febre Aftosa a informação de que cidadãos argentinos teriam verificado os sintomas da doença em bovinos numa propriedade localizada no município de Monte Agudo, na província de Misiones, a apenas oito quilômetros de Tiradentes do Sul, no noroeste do Rio Grande do Sul.

O coordenador-adjunto do convênio Bacia do Prata do Centro PanAmericano de Febre Aftosa, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, manteve contato ontem com o serviço nacional de sanidade animal da Argentina. “Eles disseram que não tinham informações sobre o caso e ficaram de ir até o local e dar uma resposta amanhã (hoje)”. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) também não reconhece o caso.

A secretaria da Agricultura reforçou a vigilância na região com seis barreiras fixas na fronteira, nove barcos no Rio Uruguai, que separa os países, e dez equipes volantes. A operação envolve 113 pessoas.

O Ministério da Agricultura brasileiro, porém, não determinará maior fiscalização na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, em virtude da suspeita do novo foco de aftosa na província de Misiones. “Desde o ano passado o governo tem um plano de emergência no Estado”, afirma o secretário de Defesa Agropecuária do ministério Luiz Carlos de Oliveira.

O plano contempla o reforço na vigilância na fronteira e a proibição da entrada de animais vivos da Argentina para o Brasil. “O governo do Estado é que, junto com a Delegacia Federal da Agricultura, vai identificar se há ou não necessidade de mais fiscais”, diz o técnico da secretaria Jamil Gomes de Souza. Segundo ele, existe controle na fronteira e também barreiras volantes no Estado.

Até o final da tarde de ontem, o ministério ainda não havia recebido a comunicação oficial do governo argentino da existência do novo foco de febre aftosa. Foram cidadãos argentinos que informaram aos moradores de Tiradentes do Sul.

O último foco da doença na Argentina foi descoberto em Córdoba, em janeiro, e a Província foi proibida de exportar. Em razão da epidemia, em 2001 as exportações argentinas de carne bovina recuaram 55,4%, em volume, e 65% em valor. “Foi o pior ano desde 1991”, disse a associação local dos frigoríficos à agência OsterDowJones.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Luciana Moglia e Neila Baldi) e Valor On Line, adaptado por Equipe BeefPoint

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