A Argentina apoiará o Uruguai na reconquista do status de país livre de febre aftosa com vacinação. No próximo mês, os delegados de mais de 130 países que fazem parte da Organização Internacional de Sanidade Animal, através da Organização Internacional de Epizootias (OIE), votarão o projeto efetuado pela Direção Geral de Serviços Pecuários ante a Comissão de Febre Aftosa e outras Epizootias.
“Nós estamos convencidos de que todo o Uruguai está obtendo sucesso no âmbito sanitário; a Argentina está seis meses atrás. Desta forma, se o Uruguai não obtiver sucesso, dificilmente a Argentina obterá”, disse o coordenador de Relações Internacionais e Interinstitucionais do Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Rodolfo César Acerbi. O setor pecuário da Argentina também se apresentará buscando recuperar seu status sanitário.
Acerbi disse que agora o Mercosul entendeu que “é necessário cuidar da estabilidade da região como se fosse um bebê e reagir diante de situações não desejáveis ou de suspeitas de situação não desejável”. Após os insucessos sanitários, toda a região entendeu que “se não há uma situação sanitária estável, não há negócios comerciais agropecuários possíveis em longo prazo”.
A Austrália e a Nova Zelândia, “fizeram uma simulação de febre aftosa, no ano passado, que lhes custou uma boa quantidade de dólares”. A ação deixou claro que, apesar de serem ilhas, uma vantagem geográfica importante, outras ilhas como “Taiwan, Japão e Inglaterra, tiveram casos de febre aftosa. Eles entenderam que, se não têm uma sanidade estável, não poderão seguir fazendo negócios em médio e longo prazo”.
O coordenador de Relações Internacionais e Interinstitucionais do Senasa admitiu que os prazos dos organismos internacionais com relação à encefalopatia espongiforme bovina (EEB) são diferentes dos da febre aftosa.
Em uma crítica direta aos países europeus, Acerbi justificou esses ritmos mais lentos, destacando que “os interesses quanto à EEB estão em outros continentes. Por conseguinte, todas as modificações no código zoosanitário têm um trâmite muito mais lento”.
De seu ponto de vista, no ano passado se “avançou muito”, estabelecendo-se quais são os princípios para que os países se declarem livres e estimou que, “se não neste ano, no próximo haverá uma lista de países definidos como livres”.
Acerbi disse que, tanto a Argentina como o Uruguai, “passaram bem a classificação da Europa”, já que são considerados países de baixo risco. O Uruguai é considerado livre de febre aftosa pelo Japão, pelo Canadá e pelos Estados Unidos, mas os europeus classificam o país como “de baixo risco”.
“O que a OIE não fizer, faremos bilateralmente, porque os interesses comerciais são feitos com países, não com este órgão”, mas reconheceu que é sempre importante ser incluído na lista de livre da enfermidade da OIE.
Fonte: El Pais, adaptado por Equipe BeefPoint