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Argentina: aumentam as exportações de carne

As exportações de carne da Argentina alcançaram o valor de US$ 155 milhões entre janeiro e maio deste ano e poderão superar o valor de US$ 300 milhões até o final do ano se conseguir obter a abertura de novos mercados.

O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) certificou exportações de carnes bovinas totais de 78,157 mil toneladas, segundo um informativo da entidade.

A maior porcentagem destas exportações corresponde aos envios de carnes frescas resfriadas e congeladas que representam vendas no valor de US$ 100,4 milhões. Por sua vez, dentro deste volume, os envios de cortes Hilton (de alta qualidade que entram no país com tarifas reduzidas) chegaram a 20,79 mil toneladas, por um valor de US$ 72 milhões.

“No começo deste ano, prevíamos que os mercados se abririam e poderíamos atingir o valor de US$ 300 milhões com as exportações de carne, e é provável que este valor se supere, caso mais mercados sejam recuperados”, disse o presidente da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra), Miguel Schiariti.

Em fevereiro, o mercado europeu se reabriu para os cortes frescos argentinos depois de ter permanecido fechado durante 11 meses como conseqüência do reaparecimento da febre aftosa no país sul-americano.

A realização de campanhas massivas de vacinação contra a enfermidade e o fato de que não se registraram focos nos últimos 5 meses permitiu que cerca de 40 países autorizassem a importação de carne de origem argentina.

A indústria frigorífica aguarda com expectativa a reabertura do Chile, já que esta permitiria integrar os cortes bovinos que a Argentina envia a União Européia (UE) e a Israel, e tem um potencial de vendas de US$ 100 milhões. “O setor demonstrou uma recuperação excepcional: somente em 4 meses aumentou suas exportações e permitiu a criação de 6 mil postos de trabalho”.

Apesar da indústria de carnes da Argentina estar se destacando por seu perfil exportador, Schiariti não acredita que em pouco tempo se modifique a proporção entre o que se destina ao mercado local (85%) e ao mercado internacional (15%). “Se a cotação do peso com relação ao dólar se mantiver estável, não haverá variações”.

Dinamismo

Com relação aos cortes Hilton, os destinos que concentraram os envios são: Alemanha, com 9533 toneladas; Grã-Bretanha, com 6099 toneladas; Holanda, com 3014 toneladas e Itália, com 1133 toneladas. Segundo o informativo do Senasa, não somente os países europeus exibem um dinamismo comprador apreciável. O Brasil se destaca como o principal importador de carnes frescas com 5184 toneladas de janeiro a maio deste ano, com o que já alcançou 60% do que foi exportado há 2 anos.

Também chamaram a atenção as exportações de carne argentina com destino ao Peru, que chegaram a 702 toneladas em 5 meses, enquanto que em 2000, essas exportações foram de 830 toneladas durante todo o ano. “Houve também um notável crescimento nas exportações de carnes frescas à Bulgária, com 3576 toneladas”, indicou o informativo do Senasa.

Com relação aos miúdos e vísceras, o mercado mais atrativo é Hong Kong, para onde foram exportadas 7513 toneladas, e em carnes processadas, os Estados Unidos, com 6536 toneladas.

Otimismo

O mercado norte-americano, no entanto, permanece fechado para os corte frescos, assim como o mercado canadense. Porém, se até janeiro próximo a Argentina não registrar nenhum foco de aftosa, estaria em condições de obter autorização para retomar as exportações, já que os EUA exigem um ano sem focos.

Segundo foi divulgado em meios oficiais do país, se até esta data não surgir nenhum foco nos rebanhos, a Argentina poderá retornar a esses mercados com cotas anuais de 10 mil toneladas de cortes de carne resfriados e sem osso.

Neste contexto, membros do Senasa, presidido por Bernardo Cané, mostraram-se bastante otimistas com relação a esta possibilidade, devido à intensificação dos controles sanitários dispostos para impedir o ressurgimento da doença, em março do ano passado, que provocou o fechamento massivo dos mercados mundiais para as carnes argentinas.

Apesar das relações comerciais da Argentina terem sido aos poucos restabelecidas com outros mercados, que também tinham proibido a entrada do produto, para o país sul-americano é muito importante a reabertura da demanda norte-americana, já que o país regressou a esse mercado há 2 anos, após a erradicação da aftosa, depois de 6 décadas de ausência.

Com relação às cotas anuais outorgadas por ambos os países à Argentina, a indústria de carnes argentina disse que o setor está trabalhando intensamente para reabrir os mercados compradores em diferentes âmbitos consumidores das duas nações, como cadeias de restaurantes e hotelaria, onde se otimiza o consumo de cortes de qualidade.

Fonte: La Nación e El Diário – Entre Ríos, adaptado por Equipe BeefPoint

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