O secretário da Agricultura da Argentina, Marcelo Regúnaga, reconheceu os atrasos no financiamento do plano de luta contra a aftosa, e disse que, se o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) tivesse contado em abril e maio com US$ 60 milhões para comprar vacinas, poderia ter sido acelerado a inspeção da União Européia (UE) para reabrir o mercado de carnes.
Além disso, Regúnaga disse que a agenda da UE está condicionada por requisitos de rastreabilidade que deverão solicitar que os frigoríficos e pecuaristas obtenham habilitação.
Produtores e representantes do setor queixaram-se das deficiências na disponibilização de vacinas e nos pagamentos, durante uma reunião ocorrida no sábado com o secretário da Agricultura, durante o seminário das Confederações Rurais da Argentina (CRA). O encontro terminou ontem, sem a presença do presidente da República argentino, Fernando de la Rúa.
A aftosa e a postergação da missão veterinária da UE “elevarão as perdas econômicas no setor pecuário a US$ 1,5 bilhão até o final do ano”, devido à queda de preços e ao fechamento de mercados, segundo o presidente provisório do Senado de Córdoba, Carlos Presas.
Presas culpou o governo nacional pela situação e disse que, se a abertura ao mercado europeu for prorrogada por 60 dias, o Estado deverá fornecer US$ 5 milhões adicionais para pagar o subsídio de desemprego a 10 mil trabalhadores dos frigoríficos. Em 8 meses, a Argentina terá gasto US$ 20 milhões com este fim. Caso o financiamento da campanha contra a aftosa tivesse sido agilizado, esse valor poderia ter sido menor.
Segundo os produtores, o laboratório Biogênesis vinha entregando menos doses de vacinas, devido ao fato dos pagamentos não estarem sendo cumpridos, e a segunda vacinação deste ano estar demorada. Regúnaga disse que esta semana parte da dívida será paga.
Fonte: E-campo, adaptado por Equipe BeefPoint