A falta de incentivo à produção de carne bovina fez com que em vinte anos, a Argentina fosse deslocada como principal exportadora da região e hoje se situe muito abaixo do Brasil e, desde o ano passado, também abaixo do Uruguai.
A falta de incentivo à produção de carne bovina fez com que em vinte anos, a Argentina fosse deslocada como principal exportadora da região e hoje se situe muito abaixo do Brasil e, desde o ano passado, também abaixo do Uruguai.
Enquanto a demanda internacional cresce e impulsiona os preços, as exportações argentinas diminuem desde 2006 e o país perdeu mercados reais e potenciais que o Brasil e o Uruguai estão aproveitando.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2007 o Brasil exportou quatro vezes mais carne bovina que a Argentina, e o Uruguai superou o país em 20 mil toneladas. Há pouco mais de 10 anos, a situação era outra. Em 1995, a Argentina exportava mais de duas vezes que o Brasil e enviava 3,5 vezes o volume exportado pelo Uruguai.
Porém, com as exportações argentinas sujeitas à cotas desde março de 2006, as 500 mil toneladas exportadas pelo país em 2007 significam uma redução de 7% com relação às exportações de 1995. No mesmo período, o Brasil superou sua própria marca quase 9 vezes e alcançou as exportações de 2,23 milhões de toneladas no ano passado. As exportações uruguaias também cresceram, em 250%, para 520 mil toneladas.
O movimento da atividade pecuária da Argentina oscilou, durante os últimos dois anos, ao compasso do corte das exportações, do controle dos preços internos e do aumento do consumo interno, que se encontra em níveis historicamente elevados.
Enquanto no Uruguai o consumo está 28% menor do que em 1995, na Argentina houve aumento de 27% até 2007. No Brasil, o consumo subiu quase 20%, mas a maior produção permitiu que as exportações não fossem afetadas.
Dos três países, a Argentina foi a que menos cresceu em termos de produção nos últimos anos. O país produziu em 2007 21% a mais que em 1995, alcançando 3,15 milhões de toneladas. No mesmo período, o Brasil aumentou sua produção em 53%, para 9,3 milhões de toneladas, e o Uruguai teve crescimento de 72%, para 650 mil toneladas.
Isso indica também que a Argentina foi o único dos três países que cresceu abaixo da média. Na América do Sul, segundo o USDA, a produção total aumentou em 34% no período.
Os excelentes preços dos grãos motivaram os produtores argentinos a tirar suas vacas das melhores regiões para se dedicar à agricultura, essencialmente a soja. A isso se somou a falta de motivação própria da produção de carne, que foi ainda piorada pelas medidas do Governo de determinação de cotas de exportações e controles de preços internos. A reportagem é do jornal El Cronista Comercial.