As exportações de carnes argentinas ao Chile correm perigo devido a uma grave irregularidade que teria sido detectada pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) em um frigorífico de Córdoba com sede em Río Segundo. A Direção de Qualidade Agroalimentar, órgão que depende do Senasa, mediante a disposição No 97 com data de 19 de julho de 2005, aplicou a suspensão de caráter preventivo à certificadora Certiprod Ltda por supostas fraudes documentárias que teriam sido detectadas no frigorífico cordobês Logros.
Consultado sobre o assunto, o coordenador de Qualidade de Produtos de Origem Animal do Senasa, Rino Fornasari, confirmou que o Certiprod recebeu a suspensão preventiva e admitiu que a situação com o Chile – um dos mercados mais dinâmicos da Argentina desde sua reabertura após a crise gerada pela febre aftosa – fica delicada devido a esta irregularidade detectada.
Segundo confirmou Fornasari, a irregularidade detectada pelo Senasa em Logros está relacionada com a certificação de qualidade dos produtos que o estabelecimento envia ao Chile. Segundo o Senasa, para o mercado chileno, certifica-se a qualidade dos animais com base na idade. Trata-se, portanto, de um país que fixa e paga pela qualidade em função de uma escala determinada pela idade dos animais. Neste caso, a suspensão da Certiprod, companhia encarregada de certificar a qualidade em Logros, foi suspensa precisamente por supostas irregularidades nessas certificações.
De acordo com as exigências chilenas, a certificação de qualidade é estabelecida com base em uma escala de letras V, C, U e N. A primeira delas corresponde aos animais mais jovens. A última, aos mais velhos. De acordo com este critério, fixa-se a qualidade e o preço. O Chile paga mais pelos animais mais jovens enquadrados entre os de maior qualidade. Neste caso, a irregularidade detectada ocorreu dentro desta escala, onde o Senasa detectou uma provável fraude documentária, já que tinham sido classificados animais como V que, na realidade, deveriam ser classificados como N.
O que o Senasa teme agora é que esta situação pontual acabe levando o Chile a tomar algum tipo de medida drástica com relação ao resto do mercado argentino.
Por outro lado, a representante da Certiprod, Mirella Mardone, teria apresentado ao órgão chileno de sanidade uma denúncia pelo caso argentino, alegando que, na realidade, as irregularidades detectadas teriam sido motivadas em condutas absolutamente reprováveis em matéria de relações inter-pessoais, não estando em jogo a seriedade da certificadora, uma das quatro empresas chilenas autorizadas pelo Chile para operar no mercado argentino. Fornasari disse que “existe uma série de coisas que a certificadora deve esclarecer para poder continuar operando”.
Fonte: La Mañana de Córdoba, adaptado por Equipe BeefPoint