O Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina) anunciou hoje a tarde um foco de aftosa na província de Corrientes, numa fazenda no departamento de San Luis de Palmar. O Senasa realizará o sacrifício sanitário dos animais. Toda região foi colocada em quarentena.
A fazenda tem 3067 animais suscetíveis e 70 apresentaram sinais clínicos. A idade dos bovinos é de 18 a 24 meses, da raça Braford. Todas as fazendas do departamento de San Luis del Palmar estão interditadas.
O Senasa irá reforçar a campanha de vacinação que se iniciou em 1o de fevereiro. Todos os movimentos de animais da fazenda infectada serão rastreados.
O vírus foi identificado como do tipo O. As investigações sobre a origem do foco já se iniciaram. Segundo levantamento inicial do Senasa não há outros focos.
As informações são do Senasa.
0 Comments
É uma satisfação poder emitir minha opinião sobre a Febre Aftosa na Argentina. Sou Médico Veterinário do Serviço de Defesa Sanitária Animal da SAA de São Paulo, lotado no Escritório de Defesa Agropecuária, regional de Botucatu.
Tenho dito que nós do Brasil não conseguiremos erradicar a doença do nosso país para adquirir o status de livre da doença sem vacinação, se o continente sul americano não pensar da mesma forma. O Brasil é país continental com uma imensa fronteira com países problemas e estados nosso com risco desconhecido para a doença, além das falhas grotescas das políticas de defesa sanitária animal dos estados mais importantes da pecuária nacional.
O estado de São Paulo por exemplo vive uma situação crítica, com um quadro de Técnicos dramáticamente deficitário, não tendo as mínimas condições de impedir a entrada da doença. Só não entrou por enquanto, graças ao acaso da “sorte” e ao esforço de um grupo de colegas abnegados, que apesar do desleixo das autoridades, vem trabalhando arduamente 24 horas por dia nas barreiras sanitárias sem ter fim de semana e feriados.
Vejam só, de novo o vírus isolado, é do tipo “O”, o mesmo dos focos do MS e PR. Esse vírus nessa região (Brasil, Argentina e Paraguai), é endêmico, e nós só conseguiremos sucesso quando tivermos uma política séria dos países do continente Sul Americano, que dê prioridade às políticas de defesa sanitária animal. Caso contrário, ficaremos eternamente nesse “chove e não molha”.
Mostra que não apenas o Brasil é displicente, com um sistema ineficaz e arcaico, como também a vizinha Argentina. Pelo jeito nenhum dos dois leva a sério o problema sanitário
Enquanto problemas sanitários nestes países dependerem de políticos e tecnocratas que não liberam verbas para trabalho sério e consistente, não chegaremos a lugar nenhum.
Não podemos esquecer que o controle de vacina no Brasil é feito pela nota fiscal de compra. Acredita-se que o produtor tenha comprado vacina suficiente e vacinado todo seu rebanho. Principalmente na época de crise. Será que Argentina também é assim? Se as coisas continuarem assim, o que será do Mercosul.
Senhores produtores, não esperem nada de governo .Se vocês pretendem continuar exportando e garantir a sobrevivência deste mercado, é bom pensar sério em rastrear individualmente os animais e se preocuparem com condições sanitárias.