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Argentina: consumo de carne é o menor dos últimos 53 anos

Os argentinos reduziram suas compras de carne ao nível mais baixo das últimas cinco décadas. De acordo com um levantamento da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes (CICCRA), em 2011 o consumo per capita de carne bovina está em 52,3 quilos per capita, o nível mais baixo desde 1958.

Os argentinos reduziram suas compras de carne ao nível mais baixo das últimas cinco décadas. De acordo com um levantamento da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes (CICCRA), em 2011 o consumo per capita de carne bovina está em 52,3 quilos per capita, o nível mais baixo desde 1958.

O dado surge da comparação dos dados da CICCRA com a série histórica de consumo interno do Instituto de Promoção de Carne Bovina Argentina (IPCVA). A queda no consumo por habitante começou em 2007, quando começaram a ser feitas as primeiras políticas oficiais de intervenção na comercialização do país.

Nos últimos quatro anos, especialistas analisam que a queda no consumo interno se explica por uma baixa no rebanho (pelo lado da oferta) e pelo forte aumento no preço relativo dos cortes, que supera a inflação (pelo lado da demanda).

O chefe de estudos econômicos da Sociedade Rural Argentina, Ernesto Ambrosetti, cita uma queda significativa na oferta. “Em 2007, tínhamos 60 milhões de cabeças de gado, enquanto hoje, temos cerca de 48 milhões. As restrições governamentais desanimaram os produtores que deixaram a pecuária para passar para outra atividade”.

A série de consumo per capita revela outro dado chamativo: 2007-2011 é o único período em que o consumo de carne caiu em pleno crescimento econômico. De fato, agora o consumo de carne é menor do que os dos anos de 2001 e 2002. “A inflação diminuía o poder aquisitivo e se encarecia em relação aos salários. Os consumidores baixam o nível de suas compras por questões de preço”.

Entre o nascimento de um bezerro e o abate demora de dois a três anos, ou seja, a atual oferta de carne é reflexo das decisões tomadas pelos produtores e pelo Governo entre 2007 e 2008.

O diretor do Observatório de Dívidas Sociais da Pontifícia Universidade Catolica Argentina (UCA), que realiza pesquisas econômicas e sociais, Agustín Salvia, explica que não acredita em outra explicação para a queda no consumo de carne que a evolução dos preços internos. “As mudanças no consumo de carne são muito lentas, não se veem de um ano para o outro”.

“A inflação não é menos que 20% anual e esse nível implica que no orçamento familiar sejam feitos ajustes em um contexto de aumento de preços permanente”, disse Salvia, estimando que, nos atuais valores, as pessoas que consomem carne duas ou três vezes por semana são de classe média.

Para os pesquisadores da CICCRA, no entanto, os preços não alcançaram seu teto. Estima-se que os preços “seguirão subindo acima da inflação estimada pelas consultoras” e exemplifica que, durante 2011, a carne ao consumidor se encareceu em 11,6%, mais que a inflação difundida pelo Congresso Nacional.

A reportagem é do site Fortunaweb.com.ar, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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