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Argentina: cresce a polêmica sobre a cota Hilton

O projeto do Governo argentino que pretende modificar os critérios de distribuição da cota Hilton no qual se exclui os frigoríficos estrangeiros segue gerando polêmica no setor de carnes do país.

O projeto do Governo argentino que pretende modificar os critérios de distribuição da cota Hilton no qual se exclui os frigoríficos estrangeiros segue gerando polêmica no setor de carnes do país.

“Não estamos buscando nacionalizar a cota Hilton, mas sim, que consigamos obter uma distribuição equilibrada entre todas as pequenas e médias empresas argentinas”, disse o deputado nacional pela Frente para a Vitória, Alberto Cantero Gutiérrez, ao site Infocampo.

“Esta renda tem que estar distribuída corretamente para ajudar que o sistema siga crescendo e se desenvolvendo para competir devidamente no mercado internacional. É um negócio importantíssimo e pretendemos que fique nas mãos de empresas de todo o território argentino”.

Boa parte dos principais frigoríficos exportadores argentinos está em mãos de capitais brasileiros ou norte-americanos, com o Quickfood, Swift, Armour, Finexcor, AB&P e Friar.

“Os capitais internacionais estão comprando nosso mercado de carne; muitas das empresas brasileiras que adquiriram frigoríficos argentinos estão denunciadas por um processo de cartelização em seu país. O objetivo do projeto é que o negócio da carne não fique concentrado em um punhado de empresas estrangeiras”.

O texto do projeto indica que uma das condições de elegibilidade é “ser uma empresa local de capital nacional” nos termos de pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no país “que sejam proprietárias direta ou indiretamente de não menos de 51% do capital e contem direta ou indiretamente com a quantidade de votos necessários para prevalecer nas assembléias de acionistas ou reuniões de sócios”.

Por outro lado, o presidente do Consórcio de Exportadores de Carne (ABC), Mario Ravettino, disse que as empresas estrangeiras “trabalham na Argentina, operam com trabalhadores argentinos, pagam impostos na Argentina, as divisas pelas exportações são para a Argentina e compram produtos de produtores argentinos”.

“Alterando-se a situação econômica destas empresas subtraindo-lhes cota Hilton vamos alterar toda a cadeia de carnes. Serão prejudicados cerca de 12 mil trabalhadores que são argentinos”.

“É totalmente compreensível e justificável que um legislador da Província de Córdoba (referindo-se a Gutiérrez) pretenda trazer um benefício para sua Província, mas indubitavelmente vai criar uma discrepância e um problema com outras províncias que se sentem agredidas e discriminadas por este sistema de regionalidade que o projeto quer instalar”, disse Ravettino.

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