A Argentina deixará de exportar US$ 130 milhões em carne bovina com o não cumprimento da chamada Cota Hilton, segundo cálculos das Confederações Rurais Argentinas (CRA). O espaço aberto deixado pelo país vizinho nesse mercado, no entanto, não deverá beneficiar o Brasil neste primeiro momento.
A Argentina deixará de exportar US$ 130 milhões em carne bovina com o não cumprimento da chamada Cota Hilton, segundo cálculos das Confederações Rurais Argentinas (CRA). O espaço aberto deixado pelo país vizinho nesse mercado, no entanto, não deverá beneficiar o Brasil neste primeiro momento.
Conforme nota da CRA, “as restrições às exportações de produtos agropecuários e, em particular, de carne, impostas pela Secretaria de Comércio Interior e Oncca (o organismo que regula o comércio do setor), afetam negativamente o cumprimento dos termos assumidos pela Argentina em matéria de Cota Hilton”. O documento foi entregue ontem à imprensa do país vizinho.
Para Fernando Adauto Loureiro de Souza, da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), as dificuldades argentinas em atender à demanda europeia não terão efeito prático no Brasil, porque apenas um pequeno número de pecuaristas brasileiros atende hoje às normas de rastreamento da carne impostas pela Europa. A cota brasileira, explica Souza, atualmente é de 10 mil toneladas anuais, mas o país não tem condições de exportar nem a metade desse total pela falta de adequação às normas. “No Rio Grande do Sul, apenas 115 propriedades são habilitadas pela UE, mas precisaríamos ter 2 mil”.
O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carne do Estado, Zilmar Moussale, também acha pouco provável que os pecuaristas brasileiros sejam favorecidos, caso a saída da Argentina possibilite um remanejamento de cotas entre os outros países credenciados a vender para a União Europeia (UE). “O Brasil já ganhou um aumento da cota (de 5 mil toneladas para 10 mil toneladas anuais) no ano passado e não cumpriu sua cota”, lembra Moussale.
Embora não deva se traduzir em aumento de negócios do Brasil com a UE, o impasse argentino poderá incentivar a conscientização do segmento e forçar uma ação conjunta com o governo federal, avalia o professor Júlio Barcellos, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O Brasil está perdendo oportunidades”, destaca Barcellos.
O documento argentino detalha que, em abril, o país vizinho ainda não havia atendido 60% do volume, que deve ser cumprida até julho.
As informações são do Zero Hora, resumidas adaptadas pela Equipe BeefPoint.
Estamos realizando a 8º edição da Pesquisa Top 50 BeefPoint de Confinamentos. Clique aqui para indicar confinamentos e concorra a DVDs com palestras dos eventos do BeefPoint.